Polícia Militar divulga campanha de prevenção do suicídio

O 11º Batalhão de Polícia Militar de Campo Mourão usou sua página no Facebook para ajudar a divulgar a campanha de prevenção do suicídio, desenvolvida neste mês de setembro. O tema enfatiza a necessidade de atenção especial com o bem-estar e a saúde mental. A campanha é desencadeada pelo governo do Estado. Em Campo Mourão a Secretaria Municipal de Saúde terá uma reunião nesta sexta-feira (04) para discutir algumas ações.

“Muitas vezes, com orientação, apoio e compreensão de uma situação ou problema, conseguimos preservar vidas. Por isso, o cuidado com a saúde mental é fundamental e temos que multiplicar a informação”, justifica o secretário de Estado da Saúde, Beto Preto. A Divisão de Saúde Mental da Secretaria Estadual elaborou, em parceria com a Escola de Saúde Pública do Paraná o Curso de Prevenção do Suicídio, na Modalidade Ensino a Distância. 

O curso, com duração de 65 horas, está disponibilizado para todo o Brasil com apoio do Ministério da Saúde. Um dos mais procurados pelos profissionais que atuam na área, tem atualmente 8.597 inscritos no Paraná e mais de 36 mil no Brasil. 

O suicídio é a segunda principal causa de morte de jovens entre 15 e 29 anos, segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS). No Brasil, atentados contra a própria vida são a quarta maior causa de morte entre esse público. O problema vem aumentando: entre 2000 e 2015 houve um aumento de 65% nos casos de suicídio entre jovens de 10 a 14 anos e de 15% na faixa etária de 15 anos a 19 anos. 

Preocupado com essa realidade o Conselho Regional de Psicologia do Paraná (CRP-PR) lançou a Campanha Tamo Junto, com o objetivo de sensibilizar jovens e adultos responsáveis para a importância da prevenção do suicídio. A Campanha traz algumas frases em linguagem jovial, típica das redes sociais e aplicativos de mensagens, mostrando que a vida deve continuar mesmo que o momento seja de tristeza.

Na sua página no Facebook a Polícia Militar chama a atenção para manifestações que podem servir de alerta para um risco real. “É possível que você seja avisado por um companheiro, um amigo, por questões de amizade ou proximidade, de que ele quer se matar, ou ainda, você perceba algumas pistas para o suicídio em sua fala ou conduta. É momento de ação”, orienta o texto postado. 

Entre as recomendações está o diálogo e acolhimento à pessoa, assim como acompanhamento. Outra orientação é procurar ajuda profissional. Para isso existem os CAPs, que são os Centos de Atenção Psicossociais, mantidos pela Secretaria de Saúde, assim como também o telefone gratuito 188. 

Em entrevista à TRIBUNA no ano passado, o psicólogo e professor Frank Duarte alertava  sobre a necessidade de falar sobre o assunto. “Antigamente o suicídio era atribuído a possessão demoníaca. Hoje, com mais acesso a informação, a sociedade está mais sensível e a imprensa tem esse papel fantástico de levar a informação e fazer com que a massa e as autoridades possam perceber que temos um problema de saúde pública e precisamos intervir”, ressaltou o psicólogo. 

Com a experiência de quem acompanhou alguns casos, ele trabalha condições de prevenção e especialmente assistência às famílias. “Principalmente a faixa etária entre 15 e 28 anos tem sofrido cada vez mais quando se depara com as frustrações. Muitas vezes querendo o melhor para o filho na infância, os pais procuram blindá-los das frustrações e às vezes evitam dizer não. Assim esse sujeito não aprende lidar com as frustrações e isso, em algumas pessoas, gera um sofrimento, uma dor. Quem comete suicídio não quer morrer, quer aliviar uma dor”, adverte.