Rafael Tressa trilha o próprio caminho

Um jovem músico. Cabelos despenteados. Calça jeans e camiseta surrada. Ao colo, sua guitarra barulhenta. A companheira de todas as horas. Tocava até o último ano em bares de Campo Mourão. Com ou sem plateia. Sempre movido pela paixão. Mas agora, os ventos são outros. “Tressinha”, como é conhecido, alçou voos maiores. O talento proporcionou uma carreira. Acaba de gravar com a Miranda Records. Com distribuição internacional pela espanhola Alta Fonte. Sua vez à sombra, chegou.   

Tressa é de família tradicional na cidade. Para conquistar seu voo, passou por poucas e boas. Toca violão desde os 12. Aprendeu piano, contrabaixo, gaita de boca e lap steel. Mas o tesão mesmo é com a guitarra elétrica. Inspirado por seu grande ídolo Tim Maia, encontrou sua verdade sonora na música black. No entanto, as raízes do verdadeiro rock clássico, jamais desapareceram.  

Aos 38 anos, o músico já enfrentou dilúvios. No início, movido pela vontade, trocou shows por bebida. Levou calotes. Ficou sem receber. Fez shows pra muitos. E pra ninguém. Teve uma vez que foi contratado para tocar num barzinho. Esquina da faculdade estadual de Campo Mourão. Não existia palco. Nem local adequado. Ficou então na calçada. Usou um banquinho. Naquele dia, ninguém foi ao bar. Mesmo assim, tocou com paixão. Como sempre. 

Recentemente, acompanhado por um quarteto, Tressa começou a se apresentar por casas de shows no Paraná. Passou sensibilidade. Intensidade. Energia. E, principalmente, habilidade musical. “Que minhas músicas possam servir de trilha sonora para a vida de vocês”, disse. Para o produtor artístico, Ricardo Espíndola, Tressa trás ideias muito originais e suingadas. A referência é o soul. Mas a roupagem é totalmente contemporânea. 

“Estar no mesmo elenco que meus grandes ídolos é surreal. Gravamos as músicas novas e os videoclipes no Rio de janeiro com a melhor equipe do país. O trabalho foi feito com muito carinho”, disse Tressa. Agora, ele está lançando seu single “Obviamente”. Uma mistura brasileira e internacional que marca o som do artista. Possivelmente, na maior cartada de sua carreira.