SAMU fica quase duas horas com paciente na ambulância em frente hospital sem vaga

O que as autoridades de saúde vêm alertando sobre a situação de colapso por conta da Covid-19 foi constatada nesta quinta-feira (27), em Campo Mourão. Uma ambulância do SAMU ficou quase duas horas em frente a Central Hospitalar com uma paciente de 52 anos em estado grave, mas não conseguiu vaga para internamento. Todos os leitos hospitalares, inclusive na rede particular, assim como a UPA, estão lotados e há fila de espera,

Conforme apurou o repórter cinematográfico Rafael Silvestrin, a equipe do SAMU foi acionada para atender uma moradora de Farol, que teve o estado de saúde agravado por conta da Covid-19. A central de regulação de vagas do SAMU, que fica em Umuarama, pediu vaga em Campo Mourão, mas foi informada que não havia em nenhum hospital.

“Mesmo com a orientação que não adiantava trazer para Campo Mourão, a central de regulação mandou para cá. A ambulância ficou com a paciente por quase duas horas em frente ao hospital e a Central tentando achar uma vaga. Como o oxigênio estava acabando, a ambulância teve que voltar pra base para trocar os cilindros e só então conseguiram uma vaga em Maringá”, informou Silvestrin, em transmissão ao vivo por sua página no Facebook. 

A informação do SAMU é que a única ambulância com UTI móvel da região não tem ficado mais na base. “Nos últimos dias são 24 horas correndo para cima e para baixo para dar conta dos atendimentos. Muitas vezes esses profissionais, do atendimento pré hospitalar, passam horas e horas sem se alimentar ou beber água, indo de um local para o outro”, informou.

A partir desta quinta-feira (27) até domingo (30) Campo Mourão está em lockdown por conta da pandemia. “Ninguém esperava que a situação chegasse a esse ponto. Familiares de pacientes graves ligam pra gente chorando pedindo para arrumar uma vaga, mas infelizmente não temos como atender. A contaminação está muito maior que a capacidade da Saúde de atender, por isso nossa tentativa através desse confinamento”, ressaltou o prefeito, ao lamentar a decisão judicial que liberou os supermercados para atendimento delivery, assim como serviços dos Correios.