Santa Casa afasta médica flagrada em festa clandestina

O presidente da Santa Casa de Campo Mourão, Pedro Henrique Baer, informou na manhã desta segunda-feira (31), à TRIBUNA, que o hospital decidiu afastar pelo período de 10 dias, 'por questões epidemiolológicas', uma médica flagrada no fim de semana em uma festa clandestina com aglomeração de pessoas, em uma residência, no Jardim Flora. Uma técnica de enfermagem, socorrista do Samu, também estava no evento. O detalhe é que a confraternização ocorria mesmo com lockdown, adotado pelo município. As comissões internas do hospital se reunirão nesta semana para avaliar o caso. A princípio, será aberto um processo administrativo pela entidade, para responsabilizar a profissional por sua conduta. 

“Ela está afastada devido a questão epidemiológica por segurança dos pacientes e dos próprios outros profissionais. Concomitantemente, estamos decidindo o que pode ser feito sobre o caso. Embora não podemos controlar a vida dela fora do hospital, fez algo que não deveria, ainda mais sabendo o momento que estamos vivenciando e por conhecer a realidade da Santa Casa neste momento”, falou Baer, ao comentar que, seguindo o estatuto do hospital, todas as medidas cabíveis serão adotadas. 

O presidente lamentou a conduta da profissional. “Repudiamos qualquer ação neste sentido. Acredito que foi uma ação infeliz dela, ainda mais sendo profissional da saúde. Deveria dar o exemplo ainda mais neste momento de pandemia em que estamos perdendo tantas vidas”, acrescentou. 

Além das sanções que deverá sofrer pela Santa Casa, a profissional foi exposta nas redes sociais, mesmo a imprensa não divulgando a identidade dela. A médica, inclusive, excluiu seu perfil no Facebook. A reportagem da TRIBUNA apurou que o Ministério Público também deverá instaurar um inquérito contra as duas e os demais envolvidos na festa, que foram identificados pelo município. 

Após a imprensa noticiar o envolvimento da profissional na festa clandestina, a Santa Casa divulgou uma nota oficial sobre o caso informando que repudia veemente a conduta dela, 'em desacordo às orientações do hospital'.

“Reiteramos o trabalho diuturno para resolver os sérios problemas no atendimento aos cidadãos que necessitam da nossa atenção e providências. Também ao lado de nossas autoridades, defendemos atitudes coerentes da sociedade para a prática das medidas preventivas no sentido de conter a disseminação da Covid-19. O não cumprimento de algumas condutas e que estejam em desacordo com as práticas determinadas, no caso em tela, serão averiguadas por nossa instituição, assim como as providências cabíveis decorrentes ao enfrentamento ao coronavírus”, afirmou a entidade no comunicado. 

A festa
A festa clandestina onde estavam as duas profissionais ocorreu na noite de sábado (29), no jardim Flora. Após denúncias, equipes da Fiscalização do município em conjunto com a Polícia Militar estiveram no local, flagrando a situação. 

O que mais chamou a atenção é que a médica residente, da Santa Casa e uma socorrista do Samu, participavam da confraternização. Foi a terceira vez que a Fiscalização multou a mesma médica em festa clandestina. 

Segundo o coordenador das equipes do município, Fernando Dias, outros profissionais da saúde, como fisioterapeuta e também advogados participavam do evento, onde foi constatado consumo de bebida alcoólica. Todos foram autuados e serão penalizados com multa, conforme prevê o decreto municipal.  

De quinta-feira (27), quando foi deflagrada a Operação AIFU em conjunto com a PM, até domingo (30), mais de 80 multas foram aplicadas, tanto em pessoas físicas (CPF), como em residências e estabelecimentos comerciais. Um bar, localizado na Avenida Pedro Viriato, no jardim Aeroporto foi embargado. Segundo a fiscalização do município, alguns estabelecimentos estavam insistindo em fazer delivery, descumprindo o decreto municipal.