‘Vanuza’: curta-metragem produzido em Campo Mourão será exibido gratuitamente no Cinemax

Na próxima semana, o curta-metragem “Vanuza”, de 33 minutos de duração, produzido em Campo Mourão, será exibido gratuitamente no Cinemax. A estreia será no dia 20 (quinta-feira), às 19 horas. Os ingressos podem ser retirados antecipadamente na bilheteria do cinema até terça-feira (18). Restam poucas unidades. Haverá uma exibição extra no dia 21 (sexta-feira), às 20 horas, na Casa da Cultura.

O curta foi produzido por meio da Lei Paulo Gustavo, de incentivo à cultura. Escrita pela professora e atriz Ana Soares e dirigida pela atriz e produtora audiovisual Flávia Marcelino, a produção cinematográfica também recebeu apoio da Prefeitura Municipal de Campo Mourão, por meio da Secretaria de Cultura, do Serviço Social do Comércio (Sesc) e do Cinemax.

A inspiração das duas jovens mourãoenses para essa produção veio do espetáculo “Ser Flor ou Florescer”, do grupo local “Experimentos de teatro”, do qual elas fazem parte. Ele aborda a violência contra a mulher por meio de dados e relatos. Assim também é a história produzida por elas.

“O curta-metragem Vanuza surgiu com o propósito de dar voz a uma realidade muitas vezes ignorada ou negada: a violência contra a mulher”, contou Ana à TRIBUNA. “Nosso objetivo é ressignificar a expressão ‘em briga de marido e mulher, ninguém mete a colher’ –, nós metemos a colher, sim, porque precisamos falar sobre isso. Todos os dias, mais mulheres são vítimas de feminicídio, e esse silêncio não pode continuar”, pontuou a roteirista.

A narrativa representa as inúmeras mulheres que sofrem violência, que, muitas vezes, acabam se calando por medo

Vanuza: história fictícia que representa a vida real

De acordo com a criadora do roteiro do filme de curta duração, Ana Soares, “Vanuza é uma história fictícia, mas extremamente real”. A escritora explicou que a narrativa representa as inúmeras mulheres que sofrem violência, que, muitas vezes, acabam se calando por medo, e, quando finalmente têm coragem de reagir, nem sempre conseguem sair desse ciclo com vida.

“Nosso intuito é mostrar, falar e, se necessário, até desenhar essa realidade. Como artistas da cidade, sentimos que é nosso dever transformar a dor e a indignação em arte, sensibilizando e provocando reflexões na sociedade”, comentou Ana. As responsáveis pelo projeto estão contentes e orgulhosas com todo o trabalho desenvolvido para chegar, agora, ao resultado final. “Estamos felizes por ver essa ideia se concretizar”, complementou Flávia.

Produção e elenco

Flávia informou que a pré-produção levou cerca de dois meses para ficar pronta. Já as gravações foram realizadas ao longo de dez diárias, enquanto a edição foi concluída em aproximadamente dois meses. A produção é inteiramente mourãoense, inclusive o elenco todo é de Campo Mourão.

No curta, sete atores dão vida a personagens distintos. A própria roteirista, Ana Soares, assume o papel principal como Vanuza. Ao seu lado, o ator Leandro Alves interpreta Jorge, seu par central na trama. A personagem Ana, amiga de Vanuza, é vivida pela atriz coadjuvante Karina Megiato. Outros nomes que completam o elenco e seus respectivos papéis são: Francisco Arruda como Geovane, André Neves como o Policial Borges, Carla Brandão no papel de Evelyn e Kely Alves como Monique.

Por sua vez, a equipe técnica é composta por profissionais especializados em diversas áreas: Giuliana Santos, responsável pela direção de fotografia; Richerd Felipe, assistente de direção; Márcio Machado, encarregado da cenografia; Jaqueline Tonato, assistente de cenografia; Rosileia Dziubate, responsável pelos figurinos; Marcelo Zarske, criador da trilha sonora, e a produtora e diretora Flávia Marcelino, que ficou à frente da edição. A produção contou também com a colaboração da psicóloga Ana Caroline Guimarães Rossi.

Todo o projeto do filme de curta duração foi intenso, apresentando desafios a todos os envolvidos. Flávia mencionou que um dos maiores foi a produção em si, que exigiu um ritmo intenso de trabalho. “Foram dias longos, das oito da manhã até a meia-noite, para garantir que tudo fosse feito dentro do prazo necessário”, falou, ao complementar que, apesar do cansaço, a equipe conseguiu realizar tudo com sucesso.

Ana também ressaltou o importante apoio que o projeto recebeu do casal de atores mourãoenses Geovane e Priscilla Beatriz Rodrigues. Eles foram professores de teatro de Ana e Flávia. “Agora, são nossos colegas de profissão. Eles seguem ao nosso lado, contribuindo para nossos projetos e trazendo novas perspectivas para a maneira como realizamos arte”, falou, agradecida, a roteirista.

Quem é Ana Soares

Ana Soares é professora e atriz há 8 anos. Ela se formou por meio do curso livre de teatro da cidade. “Tive excelentes professores em minha formação, o que me agregou em diversos fatores da vida profissional e da pessoal”, disse.

Atualmente, Ana é diretora de teatro, autora de seis dramaturgias e coautora de outras duas. Neste ano, ela também lançará um livro de poesias. “Vanuza” foi o primeiro roteiro que escreveu para o audiovisual, assim como sua estreia na atuação nesse meio. “Foi incrível poder ter mais essa experiência como atriz e escritora”, expressou.

Quem é Flávia Marcelino

Flávia é atriz há nove anos, tendo iniciado há cinco na área audiovisual. A trajetória dela começou no teatro. Porém, durante a pandemia de Covid-19, quando muitos projetos migraram para o formato on-line, ela começou a explorar o audiovisual. “Foi nesse período que produzi meu primeiro curta-metragem sozinha – escrevendo, atuando e gravando – e me apaixonei por esse universo”, contou.

A partir disso, ela continuou produzindo curtas de três a cinco minutos, aprendendo por conta própria, com a ajuda de amigos e, até mesmo, vendo tutoriais no YouTube. Após produzir quatro filmes de curta duração, ela se aprofundou e realizou um curso de cinema. Nesse tempo, Flávia adquiriu experiências trabalhando em agências do ramo, como a Vox Talents, em Curitiba.

Recentemente, a produtora audiovisual também teve uma experiência na África do Sul, no EOAN Group School of Performing Arts, onde colaborou com algumas produções, expandindo ainda mais sua visão artística e experiência no meio audiovisual.

Exibição

A princípio, haverá apenas a exibição de estreia, no Cinemax, e a adicional, na Casa da Cultura. Nos próximos meses, as responsáveis pelo projeto têm intenção de enviar o curta-metragem para participar de festivais, ficando ainda fechado ao público. No entanto, posteriormente, há planos de disponibilizá-lo no YouTube, para que todos tenham acesso à produção completa.

Serviço

Estreia do curta-metragem “Vanuza”

  • Quinta-feira (20), às 19 horas, no Cinemax – Rodovia Br-158, nº 90, Jardim Isabel, anexo ao Família Shopping.
  • Retirada dos ingressos: até terça-feira (18), na bilheteria do Cinemax.

Exibição extra

  • Sexta-feira (21), às 20 horas, na Casa da Cultura – Avenida Comendador Norberto Marcondes, nº 624-746, centro.
  • Retirada dos ingressos: mediante contato com Flávia Marcelino, pelo número (44) 99927-1313 (WhatsApp).