Circo sem pão

“Sobreviver a esta miragem, de todas as coisas no lugar.
Enquanto geral se afoga, nessa sede de nos matar”.
Jota Jefferson

O espetáculo da riqueza para a pobreza, tudo posto na mesa. A repercussão está apenas no começo, sem controle e até aqui sem eficiência para abafar fatos caracterizados pelos altíssimos valores que pagam prefeituras pelos cachês milionários cobrados pelos cantores.

Dispensados de qualquer tipo de licitação, os próprios valores são estipulados pelo interesse, vontade dos artistas e com a complacência de prefeitos, vereadores a reboque.

Meios de comunicação de todo o Brasil começaram a investigar a situação, e só após as notícias se avolumarem, é que, na maioria das vezes, o ministério público pautou a questão, a começar com pedido de informações.

Como se não bastasse em si, cachês de um milhão de reais, muitos são os municípios que são exemplos de má gestão, problemas estruturais tão evidentes que se quer carecem de colocar a público os números do abandono e a ineficiência são e estão a olhos vistos, uma série de desigualdades sociais, injustiças que, mesmo não sendo de agora, se avolumam e espraiam.

Prefeituras usam a “cortesia com chapéu alheio” de deputados e senadores – evidentemente que não são todos – para viabilizarem verbas públicas que cobrirão gastos com a espetacular farra com dinheiro público.

Luan Santana cobrou 370 mil reais para se apresentar na cidade de Mar Vermelho, Alagoas, um dos municípios mais pobres do Brasil. O prefeito André Almeida (MDB), se lembrou, ou não sabe, que o município, de 3.474 habitantes, não tem saneamento, 9,4% da população estava desempregada em 2019, e só 24% das moradias estão em ruas com urbanização adequada.

Cabe um velho ditado: “Calça de veludo e bunda de fora”. Será possível afirmar que é o próprio povo que legitima essa situação, por não fazer nada contra? Por participar da festa, do espetáculo que de fato imagina ser de graça?

A lição do maior império do mundo, que mais tempo governou, o Romano, eles adotavam atitudes que somassem o circo com o pão; ou o pão e o circo para a ralé, a plebe ignara que superlotava estádios para assistirem espetáculos sobretudo dos gladiadores.

Hoje o assalto aos cofres públicos se dá com as luzes de neon, vozes e danças.

Fases de Fazer Frases (I)
Não basta optar pelo lado certo, é preciso estar nele.

Fases de Fazer Frases (II)
Respire fundo. Aspire profundo.

Fases de Fazer Frases (III)
Antes de tudo vem o nada.

Fases de Fazer Frases (IV)
O que é bom saber? O que não se sabe ainda.

Fases de Fazer Frases (V)
Explosão de nervos é implosão da loucura.

Olhos, Vistos do Cotidiano (I)
Desde o último dia nove, teve início um importante serviço do TRE – Tribunal Regional Eleitoral do Paraná. Um canal exclusivo para receber periodicamente informações sobre as eleições. E ainda poderá ser possível tirar dúvidas, bastando encaminhar a pergunta que o Tribunal responderá.
Tudo pelo “WhatsApp”  (41) 3330-8500.

Olhos, Vistos do Cotidiano (II)
Uma senhora, ao sair do banco, descuidou-se, deixando cair um comprovante de pagamento. Tal comprovante caiu em uma poça de água na calçada. Ela bem que tentou, se agachando, para evitar que o fino papel molhasse. Não teve jeito. A expressão dela parecia ser o de não saber o que fazer. Falando sozinha, resoluta: “que eu paguei, paguei sim! E foi agora há pouco!”.
Pior seria se ela tivesse derrubado o boleto antes ainda de não ser pago.

Farpas e Ferpas (I)
Paradoxal é não ter dinheiro para comprar um cofre.

Farpas e Ferpas (II)
Não criem e alimentem rancores. Eles se tornam tumores.

Farpas e Ferpas (III)
Não falem o que não viram e que não ouviram. Eles contra ti se viram.

Reminiscências em Preto e Branco (I)
O cartão-postal, famoso em todo mundo, se não virar relíquia para colecionadores, no Brasil nem exite mais. Foi tão grande a tradição em receber ou enviar, que ficar sem era falta de educação, descortesia.

Bancas de revistas, jornais, papelarias tinham cartões-postais em destaque. Valia para tudo, desde para viagens internacionais quanto as nacionais. Eram simples ou luxuosos enviar/receber.

Hoje o chamado cartão postal, cada um faz o seu, moderno, instantâneo, através dos modernos celulares.

Reminiscências em Preto e Branco (II)
Uma linda imagem, da natureza ou arquitetônica ganha o apelido de “cartão-postal”, dada à importância.

No Caso de Campo Mourão, durante muitas décadas a única imagem que gerava cartão-postal, era a imagem da Catedral, no centro da cidade. Posteriormente tinha a da Usina Mourão. Hoje a cidade passou a ter muitos cartões-postais que bem retratam a paisagem urbana ou rural.

José Eugênio Maciel | [email protected]