Assunto incômodo

Se a presidente Dilma tivesse noção dos incômodos que a participação num Conselho de estatal, cargo normalmente destinado a melhorar a remuneração salarial de gente do Poder Executivo, nos níveis federal e estaduais, certamente preferiria não presidir o da Petrobras, enquanto Ministra. A poderosa petroleira brasileira não para de lhe criar incômodos na Presidência da República, agora que se desnudou as inúmeras situações que caracterizam o aparente antro de corrupção em que se transformou. Embora se tente por todos os meios demonstrar a lisura de negociações como a compra de Pasadena, as negociações com a petroleira argentina e agora com uma africana, a construção da refinaria  em Pernambuco, que dos previstos US$ 2 bilhões iniciais já ronda os 20 bi. Nem o Pangloss, o eterno otimista do Voltaire, acredita que ninguém tenha enriquecido nessas histórias. Só faltava para completar o quadro de malandragens envolvendo a empresa que Getúlio Vargas fundou e os brasileiros defenderam com unhas e dentes, transformada em cabide de negociações políticas,  um episódio sórdido como o que mostrou depoimentos forjados na  CPI da Petrobras, no  Senado. A ideia de preparar tais depoimentos dos principais personagens envolvidos, com participação de gente frequentadora dos gabinetes palacianos, lança uma dúvida séria sobre o comportamento do governo, que o ministro/bombeiro Gilberto Carvalho se apressou em descaracterizar. A presidente Dilma, sem o desembaraço com que Lula desviava episódios grotescos como o mensalão e os aloprados de seu entorno, ao afirmar que caberia ao Congresso resolver o assunto, titubeou.

Pró-Paraná

O Movimento Pró-Paraná, que o paranista Jonel Chede preside, vai cobrar dos candidatos ao governo, alguns posicionamentos em assuntos de extremo interesse do estado. Caso da definição do mar territorial paranaense, em que mais uma vez o Paraná é prejudicado. Jonel preconiza um entendimento das bancadas que o representam, quando temas como esse estiverem em discussão. Lembra que a falta de empenho de nossos representantes conduziu à derrota do Paraná por São Paulo, quando o ICMS da energia elétrica foi discutido. Centenas de milhões de reais por ano.

Deputados a favor

O assunto AMP versus Tribunal de Contas não saiu de foco. Conta inclusive com maioria dos deputados na Assembleia Legislativa, na medida em que deputados dependem dos votos carreados pelos prefeitos do Paraná. O objetivo do projeto agora em discussão é amaciar as pressões exercidas contra a atuação de prefeitos, com prestações de contas contendo falhas, quando não caracterizem má-fé. A  exemplo da boa vontade demonstrada com os governadores nas aprovações de suas contas com ressalvas. O detalhe é que o atual regimento interno do TC foi aprovado na AL.

Ameaça de greve

O estudo realizado pela assessoria do prefeito curitibano Gustavo Fruet, em relação às progressões na carreira do magistério municipal, alcançara boa receptividade entre os 12 mil professores e pedagogos que prestam serviço à educação no âmbito da capital paranaense. Ao custo de R$ 78 milhões. Embora concordem que o plano é um avanço, e trará impactos positivos nas salas de aula por promover capacitação e valorização na carreira, a dificuldade orçamentária alegada pela Prefeitura para aplicação imediata, pode redundar em greve da categoria. Dois anos é o prazo de implantação previsto pelo prefeito Gustavo Fruet. A categoria quer implantação imediata.

Paraguai sem Porto

Um terminal cedido ao governo paraguaio no Porto de Paranaguá há dezenas de anos,  sofre paralisação. O motivo é a disputa de empresas que disputam o sistema de correias ligadas aos armazéns. A decisão judicial pedida pela empresa Consórcio Mercosul que venceu a licitação para administrar o conjunto armazéns/esteira, encontra resistência da Armazéns Gerais Terminal Ltda que por 25 anos atendeu à estrutura. O prejuízo com a paralisação não ocorrerá, segundo a APPA por ter praticamente terminado o embarque da última safra de soja. O sistema paraguaio responde por 18% da estrutura do Porto.

Futebol em crise

Vem aí mais uma discussão acirrada em torno de um esporte que é tido como paixão nacional. Que, infelizmente como se tem visto nos últimos tempos, situação escancarada na Copa das Copas, tem sido muito mal tratado pelos dirigentes esportivos, com visível degradação da qualidade do futebol praticado por aqui. Agora, Governo, Congresso, entidades e clubes pretendem encontrar uma solução, não apenas para a qualidade do futebol mas,  igualmente, para a situação de penúria a que os clubes foram conduzidos. Tomara não seja tarde e a solução encontrada seja realmente salvadora. O torcedor brasileiro desolado, merece!