MP recorre de decisão da Justiça que soltou homem acusado de manter mulher em cárcere privado

O Ministério Público (MP) da Comarca de Goioerê recorreu de decisão liminar da Justiça, que soltou na quarta-feira (22), um homem acusado de manter a esposa em cárcere privado. Ele havia sido preso na segunda-feira (20). Agora, por enquanto, responderá o crime em liberdade. A vítima é uma psicóloga. Vinha sendo mantida trancada dentro da própria casa no jardim Canadá, em Goioerê.

Pela gravidade da denúncia, e evidências de que o crime realmente aconteceu, a Promotoria de Justiça sustenta que o homem deve ficar preso preventivamente até o trâmite final do processo. O juízo da Comarca libertou o mesmo da cadeia considerando a condição dele ser réu primário; ‘ausência de outros elementos que poderiam justificar sua reclusão; e ainda pelo fato de não ter resistido à prisão.

Como ‘proteção’ a vítima teve apenas uma medida protetiva concedida pela Justiça proibindo o agressor de se aproximar dela de uma distância de até 200 metros. De acordo com relatos da mulher à polícia, além de ser mantida trancada em casa, ela era submetida a sessões de violência e ainda forçada a consumir medicamentos que a dopavam. O acusado foi preso por equipes da Polícia Militar após a vítima conseguir contato com um policial, relatando o crime.

A psicóloga enviou uma mensagem, via celular, ao militar. Disse que não podia falar muito e que vinha sofrendo agressões físicas. “Ele me tranca e dopa. Não posso trabalhar”, denunciou. Ainda conforme ela, o acusado teria uma arma dentro de casa (o artefato não foi encontrado pela polícia) e que seu medo era de morrer.

Após ciência da situação, a PM montou um cerco e conseguiu resgatar a mulher na segunda-feira, prendendo o homem. Em depoimento à Polícia Civil, ele negou as acusações. O fato gerou grande repercussão na região e no Estado.