Operação interdita parte de oficina e termina em prisão em Campo Mourão

Uma operação conjunta entre a Polícia Civil de Campo Mourão e Ministério Público interditou parcialmente uma oficina na manhã desta terça-feira (5), na Perimetral Tancredo de Almeida Neves. O proprietário do estabelecimento foi preso em flagrante e conduzido à delegacia de Polícia Civil acusado de crime ambiental. Ele é investigado também pela suposta prática de estelionato. 

Na oficina foram encontrados a céu aberto produtos químicos altamente tóxicos e inflamáveis, colocando em risco a vida dos próprios funcionários do local e da vizinhança, conforme a polícia. Segundo a Polícia Civil, a investigação teve início com base na delação premiada de um ex-funcionário da oficina que repassou algumas informações sobre as irregularidades ao Ministério Público como a prática de estelionato, uso de pessoas laranja para aquisição de bens de altos valor, e aquisição de financiamentos na rede bancária.

O funcionário relatou ainda que no local eram manipulados produtos químicos, como ácido muriático, por exemplo, em desconformidade com a legislação. A partir das investigações e das evidências que comprovam as irregularidades, a Justiça expediu um mandado de busca e apreensão ao local, cumprido na manhã desta terça.

Além de policiais civis, a operação envolveu também agentes do Corpo de Bombeiros, Vigilância Sanitária, e Instituto Ambiental do Paraná (IAP). Vários documentos e computadores foram apreendidos no local. Também foram recolhidas amostras de materiais que serão encaminhados para perícia. 

O delegado chefe de Campo Mourão, Nilson Rodrigues da Silva, que coordenou a operação, informou que a ação teve início na madrugada, cumprindo mandados em cinco estabelecimentos da cidade, sendo encontradas irregularidades na empresa, na Perimetral.  “Aqui acabamos encontrando uma situação preocupante porque estes produtos químicos estão armazenados totalmente de forma errada, consequentemente causando poluição ao meio ambiente e colocando em risco a vida dos funcionários e à vizinhança ao redor da empresa porque se vier a explodir este local é a mesma coisa de explodir um posto de combustíveis. É altamente perigoso”, falou o delegado.

Ele explicou que o local onde estavam armazenados os produtos foi interditado. “Com relação à oficina em si está liberada sem problema nenhum”, disse, ao informar que na área penal, o proprietário da oficina foi preso em flagrante em razão do crime ambiental. O crime é afiançável. “Não posso deixar de autuá-lo porque os produtos estão a céu aberto e configurou crime ambiental”, frisou. 

O delegado acrescentou que fará também a quebra do sigilo bancário do responsável pelo local. “Vamos periciar documentos, computadores, amostras de produtos recolhidas, enfim tudo o que for necessário para elucidar este caso e saber que é quem na ordem do dia”, ressaltou.