Polícia tenta desvendar triplo homicídio e se trio planejava crime ‘grande’ na cidade

O que faziam em Campo Mourão? Planejavam algum crime de grande vulto? Foram mortos por quem? Vinham praticando roubos em rodovias da região? Estes são apenas alguns dos ‘pontos de interrogação’ que a Polícia Civil da cidade está investigando para esclarecer o triplo homicídio ocorrido em um apartamento na área central, no dia 15 deste mês.

O que já se sabe é que todos os mortos eram membros de uma quadrilha especializada em roubos. Criminosos de alta periculosidade, nas palavras do delegado chefe da 16ª SDP, Nilson Rodrigues da Silva, que coordena os trabalhos de investigação.

Os homens foram assassinados com tiros na cabeça, o que caracteriza crime de execução. As “vítimas” foram identificadas como Marcelo Rodrigo de Souza, 34, Adriano Tupech, 34 e Wagner Cesar Mendonça, de 33 anos. Um quarto indivíduo, Ronaldo Samuel Peres da Silva, de 42 anos, foi encontrado gravemente ferido e continua internado na UTI do Hospital Santa Casa. Eles foram surpreendidos enquanto possivelmente dormiam em um dos apartamentos do primeiro andar do edifício Santa Clara, na Rua São José, quase esquina com a avenida Goioerê.

A Polícia Civil descartou também a hipótese de que mais de uma pessoa deixou o local. “Sabemos que somente um indivíduo deixou o local no momento do crime. Ele saiu com uma Hilux encontrada abandonada no Anel Viário em seguida”, afirmou delegado Nilson. Ele disse que as investigações à cerca do crime continuam ‘a todo vapor’. “Continuamos trabalhando com objetivo único de descobrir quem seriam os autores do homicídio. O local não facilitou a ação da polícia já que não tem qualquer câmera de segurança”, frisou.

Simultaneamente ao crime de triplo homicídio, a polícia investiga também se o trio tem participação em crimes que viam ocorrendo em Campo Mourão e região, principalmente no anel viário, onde foram vitimadas várias pessoas (compristas do Paraguai) pela quadrilha denominada de “Piratas do Asfalto”. Esta é outra hipótese que a polícia trabalha para esclarecer.

A Polícia Civil já sabe também que os homens estavam apenas de passagem por Campo Mourão. O apartamento em que eles moravam tinha contrato de locação por 90 dias (três meses), pago antecipadamente. “Ou seja, era uma locação passageira. O que eles pretendiam fazer em Campo Mourão? Pretendiam praticar algum crime na cidade? Qual ação delituosa iriam praticar? Tudo isso ainda é um ponto de interrogação”, ressaltou o delegado.

No apartamento em que o grupo estava a polícia encontrou vários objetos oriundos do Paraguai. Não se sabe até o momento se eram mercadorias roubadas. Os materiais foram apreendidos. Estão sendo catalogados pela Polícia Civil. Após serão encaminhados à Receita Federal de Maringá.

Delegado Nilson observou ainda que o apartamento onde os homens estavam era um local escolhido estrategicamente. Pois, além de haver qualquer câmera de segurança no condomínio, o imóvel fica no primeiro andar, o que, em uma possibilidade de fuga, seria um facilitador.

Mega assalto

Os assassinados teriam participado do mega-assalto a uma empresa de valores em Guarapuava, em abril desse ano, e também seriam integrantes da quadrilha conhecida como ‘piratas do asfalto’.

O assalto em Guarapuava causou pânico nos moradores da cidade. Fortemente armados, os bandidos bloquearam acessos da cidade, incendiaram veículos em frente a sede do 16º Batalhão da Polícia Militar e tentaram assaltar uma empresa de transportes de valores.

O grupo, de aproximadamente 30 criminosos, utilizou armas de grosso calibre. Pessoas que estavam nas ruas foram feitas reféns e foram obrigados a formar um cordão humano durante a ação dos criminosos. Um policial foi morto pelos bandidos.

O triplo homicídio

O trio foi assassinado na madrugada do último dia 15. A Polícia Militar (PM) foi chamada por volta das 4 horas por vizinhos de um apartamento, que ouviram vários disparos de arma de fogo vindos do local. Os policiais chegaram ao endereço e encontraram os corpos dos três homens mortos vítimas e do ferido.

Os homens foram atingidos por diversos tiros. O crime teria acontecido enquanto as vítimas dormiam. Não havia sinais de arrombamento no local, o que sugere que as vítimas conheciam quem atirou.

Uma caminhonete Toyota Hilux, utilizada na fuga do atirador, foi encontrada abandonada no anel viário de Campo Mourão. O veículo passou por perícia criminal e encontra-se apreendido na delegacia. Não se descarta um possível acerto de contas ou ‘queima de arquivo’.