Casos de dengue aumentam 18% em uma semana na região

O boletim semanal divulgado pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), nesta terça-feira (11), aponta que as confirmações de dengue aumentaram 18% em uma semana na região de Campo Mourão. De acordo com o levantamento, a Comcam tinha na semana passada 57 casos confirmados, atingindo agora 69. São 12 a mais. O atual período epidemiológico teve início em agosto de 2022.

Até o momento, 15 dos 25 municípios registraram confirmações da doença. Campo Mourão e Engenheiro Beltrão acumulam o maior número de pessoas infectadas: 12 cada, seguido de Goioerê, com 11. A região soma 1.726 notificações. E ainda, 322 casos prováveis. Ou seja, suspeitas que aguardam confirmação por exame laboratorial.

Do total de casos confirmados na microrregião, 55 são autóctones, quando o morador foi infectado no município de residência e 11 importados, pacientes que contraíram o vírus fora da cidade de residência. Os casos por municípios, conforme a Sesa são: Altamira do Paraná (2); Barbosa Ferraz (3); Boa Esperança (1); Campo Mourão (12); Engenheiro Beltrão (12); Fênix (4); Goioerê (11); Iretama (1); Janiópolis (6); Moreira Sales (7); Peabiru (1); Quinta do Sol (6); Roncador (1); Terra Boa (1) e Ubiratã 1.

Uma das principais preocupações das autoridades em Saúde, além, claro, da circulação existente do vírus, é o alto índice de infestação do Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue, chikungunya, zika vírus e febre amarela urbana. Em Campo Mourão, por exemplo, o último levantamento, divulgado em março, aponta para um índice geral de infestação de 10,76%, mais que o dobro do último Lira, divulgado em janeiro, de 5,30%. A coordenadora dos trabalhos de campo dos agentes de endemia no município, Marinalva Ferreira da Luz, diz que o número é ‘assustador’.

O Ministério da Saúde, preconiza um índice abaixo de 1%. Ou seja, Campo Mourão está mais que 10 vezes acima do recomendado. O índice deixa a cidade em alto risco para uma epidemia de dengue. Além dos 12 casos atuais confirmados, o município tem também uma confirmação de chikungunya. Nem mesmo na época de epidemia, no ano passado, o índice estava tão alto desta forma. “Isso é retrato principalmente da indiferença quanto ao assunto por parte da população”, advertiu Marinalva.

O levantamento detectou 35 localidades visitadas pelos agentes com índices altíssimos entre 12% a 25% e 20 com índices acima de 10%. As localidades em situação mais crítica, são: Indianápolis (25%); Novo Horizonte (25%); jardim Paulino (Europa, parque Industrial), 23,08%; São Francisco, (20,69%); Ipê (Damasco, Fernandes), 20,51%; e Alvorada (Bandeirantes, Piacentini, Primavera), 20%. Confira na tabela abaixo os índices por localidades em toda a cidade.

Foram visitados 1.765 imóveis. Destes, em 61% foram encontrados focos do mosquito, ou seja, larvas; 12,7% em comércios; 24,94% em terrenos baldios; e 1,99% em outros locais, como praças ou construções. A maior parte dos criadouros, 48,80% foi encontrada em lixos (plásticos, vidros, metais, papelão, sucatas e reciclados); 25% em tambores, tanques e caixas d‘água; 17,17% em vasos de plantas,frascos, entre outros; 12,03% em piscinas, vasos sanitários, depósitos em obras; e 3% em pneus, entre outros. Em Campo Mourão, além da intensificação dos trabalhos de campo, o município está sendo obrigado a apelar com multas a reincidentes.

Paraná

Em nível de Paraná, foram registrados mais 3.660 casos de dengue, segundo o boletim. O Estado acumula 17.692 casos confirmados da doença, 26% a mais que o boletim anterior, que trazia como total 14.032 confirmações.

Todas as 22 Regionais de Saúde possuem casos confirmados. No total, 242 municípios registraram pessoas com a doença, o que representa 60% dos municípios paranaenses. Até o momento, o Estado possui 12 mortes por dengue. Não houve confirmação de novos óbitos neste último informe.

O novo boletim confirmou, ainda, 37 novos casos de chikungunya, somando 144 confirmações da doença no Estado. Do total de casos, 74 são autóctones (quando a doença é contraída no município de residência) e 44 são considerados importados. Há ainda, 775 casos em investigação.