Com aumento de 25,94% no número de casos em uma semana, confirmações de dengue disparam na região

Os casos de dengue seguem aumentando disparadamente na região de Campo Mourão. Para se ter ideia, da semana passada para esta as confirmações aumentaram de 1.735 para 2.185, uma elevação de 25,94%. O relaxo de grande parte da população tem contribuído para este índice, já que agentes de endemias continuam encontrando a maior parte dos focos em áreas residenciais.

Os dados são do novo boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria Estadual da Saúde do Paraná (Sesa-PR). Foram 450 casos novos contabilizados na Comcam. A cidade de Terra Boa continua disparado com o maior número de confirmações. São 1.269. Apenas os municípios de Fênix e Nova Cantu não têm registros. A região tem ainda outros 4.323 casos prováveis, que aguardam resultados de exames laboratoriais. Notificações somam 6.139.

“A dengue, zika e chikungunya são transmitidas pela picada do Aedes aegypti. É necessário ficar atento a possíveis criadouros do mosquito e, assim, eliminar esses locais de risco, para evitar a propagação das doenças. É fundamental que a pessoa identifique os sintomas das arboviroses para buscar o serviço de saúde para diagnóstico e tratamento adequado, o quanto antes”, alertou o chefe da 11ª Regional de Saúde de Campo Mourão, Eurivelton Wagner Siqueira.

Os casos de dengue por cidade são: Altamira do Paraná (1); Araruna (13); Barbosa Ferraz (35); Boa Esperança (125); Campina da Lagoa (14); Campo Mourão (354); Corumbataí do Sul (134); Engenheiro Beltrão (15); Farol (3); Goioerê (12); Iretama (5); Janiópolis (2); Juranda (12); Luiziana (13); Mamborê (56); Moreira Sales (39); Peabiru (9); Quarto Centenário (25); Quinta do Sol (8); Rancho Alegre D’ Oeste (3); Roncador (1); Terra Boa (1.269) e Ubiratã (36).

Vale lembrar que o município de Campo Mourão já enfrenta situação de epidemia. O prefeito da cidade, Tauillo Tezelli, decretou no fim do último mês, estado de emergência em decorrência do aumento expressivo de novos casos. Nesta semana, a Secretaria Municipal da Saúde retomou com o fumacê. É o terceiro de cinco ciclos desse tipo de serviço de combate ao mosquito transmissor da dengue em oito localidades com maiores índices de infestação. A aplicação é realizada nos jardins Bandeirantes, Vila Urupês, Alvorada, Novo Horizonte, Aeroporto, Santa Nilce, Aurora e no distrito de Piquirivaí.

Diferentemente dos números divulgados pelo Estado, a secretaria da Saúde do município informa que Campo Mourão está com mais de 400 casos confirmados da doença e vários suspeitos. A coordenadora de campo do setor de Endemias, Marinalva Ferreira da Luz, explica que o fumacê é realizado sempre no início da manhã e fim de tarde, quando há menos corrente de ar. “Os moradores desses locais devem deixar portas e janelas abertas, cobrir gaiolas de aves, alimentos, proteger abelhas e trocar a água dos bebedouros de animais”, orienta.

Segundo ela, quando forem concluídos os cinco ciclos de aplicação nessas localidades serão atendidos os outros bairros com esse sistema de combate, que é realizado mediante autorização da Secretaria Estadual de Saúde. “É bom lembrar que o fumacê mata o mosquito alado. A única maneira de eliminar os focos é não deixar água parada”, reforça a coordenadora.

Em nível de Paraná, conforme o boletim semanal publicado, mais quatro mortes em decorrência da doença foram registradas, aumentando para nove o número total de óbitos. Vale ressaltar que o novo período sazonal da doença iniciou no dia 1º de agosto e seguirá até julho próximo.

O informe registra ainda 109.574 casos notificados no Paraná. São 15.230 a mais na comparação com a semana passada. Além disso, são 37.048 confirmações de casos, um aumento de 23,45%.

Dos 374 municípios que registraram notificações de dengue (93,7% do Estado), 309 já confirmaram a doença (77,4%). De acordo com o relatório, 269 deles confirmaram casos autóctones no período, ou seja, a dengue foi contraída no município de residência dos pacientes.

A Sesa publicou também nesta semana o segundo informe entomológico de 2022, referente ao período de 01/03/2022 a 29/04 /2022. O informe apresenta os principais criadouros do Aedes aegypti no Estado. Estes dados são provenientes do levantamento entomológico realizado pelos municípios e informado à Secretaria. Criadouros como lixo (recipientes plásticos, garrafas, latas), sucatas em pátios e ferros-velhos, entulhos de construção, são os principais depósitos passíveis de remoção e representam 38,2% dos criadouros encontrados.

O informe também aponta que depósitos móveis como vasos e frascos com água, pratos, pingadeiras, recipientes de geladeiras, bebedouros em geral, pequenas fontes ornamentais, materiais em depósito de construção (sanitários estocados, etc.) e objetos religiosos correspondem ao 2º grupo de maior relevância para o ciclo de vida do mosquito. Outro depósito importante que corresponde a 16,5% dos criadouros são os locais de armazenamento de água, a nível de solo, como as cisternas e caixas d’água.