Dengue passa de 600 casos na região e Saúde declara “guerra”

Uma verdadeira operação de guerra foi desencadeada nesta semana pela 11ª Regional de Saúde para tentar conter a escalada na dengue. A cada semana, o boletim da Secretaria de Estado da Saúde mostra aumento no número de casos. Esta semana, por exemplo, foram 113 a mais que na semana passada e com isso a região está em 635 casos oficiais em 15 cidades.

“Estamos perdendo essa guerra, pois o pico da dengue, que geralmente ocorre em fevereiro ou março, está ocorrendo agora. Se a população não se envolver no combate ao mosquito Aedes aegypti, a situação vai se tornar caótica”, alerta o chefe da 11ª Regional, Eurivelton Siqueira. No Estado, o número de casos aumentou 2.500 por cento em relação ao mesmo período do ano passado.

A Secretaria Estadual de Saúde definiu esta quarta-feira (18), como Dia de Mobilização. O secretário estadual, Beto Preto, veio a Quinta do Sol, um dos municípios com epidemia, com 183 casos confirmados. A situação mais grave é em Nova Cantu, com 347 casos. Em Campo Mourão, uma blitz educativa foi realizada no centro da cidade, com distribuição de panfletos com várias orientações à população.

“Em janeiro e fevereiro a mobilização vai envolver todas as secretarias de Estado através dos núcleos regionais, onde todos os servidores irão ajudar os agentes nas ações educativas nos domicílios”, explicou Eurivelton.  Ele acrescenta que todos os municípios estão autorizados a utilizarem materiais informativos divulgados pela Secretaria Estadual de Saúde.

Eurivelton lembra que somente os agentes de combate às endemias não conseguem fazer o trabalho de eliminação dos criadouros. “É preciso eliminar todos os criadouros do mosquito identificados no quintal de casa, no nosso vizinho, no terreno vazio, dentro da repartição pública, da escola, comércio, restaurante. O mosquito não escolhe uma localização específica”, reforça. 

Campo Mourão vai intensificar multas a quem não eliminar focos

Em Campo Mourão a “operação de guerra” da Secretaria Municipal de Saúde vai incluir a intensificação de multas a quem insiste em não eliminar água parada nos imóveis. O aviso é do secretário Sérgio Henrique dos Santos, que participou em Curitiba  da reunião da Câmara Técnica de Vigilância. 

“Onde os agentes encontrarem focos será solicitada a presença da Vigilância Sanitária ou Ambiental e será gerada a multa ao proprietário, que vai de R$ 140,00 a R$ 14 mil reais, dependendo da gravidade. Quem não cuida do seu imóvel está prejudicando toda a sociedade e nossa população não merece passar por isso”, adverte o secretário.

Ele lembra que todos os meses o Comitê Gestor da Dengue realiza caminhadas ecológicas e são encontrados os mesmos tipos de lixo nos mesmos locais. “Passou da hora da população tomar consciência”, reforça o secretário. Apesar do boletim estadual oficializar 3 casos, o secretário afirma que Campo Mourão já está com 5 casos positivos da doença, todos importados de cidades vizinhas. “Campo Mourão é um polo regional, que  recebe pessoas de outras cidades todos os dias , inclusive das cidades que enfrentam epidemia”, lembra.

Ao conclamar que cada cidadão faça sua parte, o secretário lembra que a cidade está com índice de quase 3 por cento de infestação. “O índice não poderia passar de um por cento, mas temos regiões com alto risco, como é o caso do distrito de Piquirivaí, com 21 por cento e a Vila Guarujá, com 14”, revela. Ele explica ainda que até mesmo o veneno que era utilizado no fumacê perdeu a eficácia porque o mosquito criou resistência. “A limpeza é a única solução. Se cada um fizer o dever de casa, venceremos essa batalha”, completa.