Hayslon está desaparecido há quase um mês

Há quase 30 dias, Hayslon Miguel Valinhos de Oliveira, um adolescente de 16 anos, está desaparecido. Ele tem indicativos de autismo, ainda sem laudo médico. Mora com a família em Cianorte. Ana o conheceu em julho deste ano. Na ocasião, ele teria pedido socorro. No mesmo dia, ela organizou uma força-tarefa na escola: agendar com urgência o atendimento na área da saúde. Escreveram relatório com conteúdo observado naquele momento e o encaminharam ao Capsi. “Eu fiquei comovida com o nível de sofrimento psíquico observado nele. Ele estava agitado. Ao percebermos o problema, com tranquilidade, falamos: vamos tentar descrever como se sente. Você responde sim ou não. Pode ser assim? “, disse.

Ele concordou e dizia: “É assim mesmo que me sinto, preciso de ajuda. Eu não consigo fazer algumas tarefas, sozinho. Quero morar no sítio. Lá o silêncio me faz bem”, disse Ana. Na ocasião, o menino estava acompanhado de seu pai, um senhor trabalhador e presente na vida do filho. Ela já havia procurado a diretora e relatado a situação, naquela semana.

De acordo com Ana, ficou evidente alguns sinais do transtorno do espectro autista (TEA) e teriam que ser mais investigados. Naquele momento, seria sua primeira consulta para iniciar a observação minuciosa do caso. “Nesse sentido, temos que caminhar muito ainda para que as Unidades de Saúde e Escolares avancem nos atendimentos”, revelou.

“Sabemos que a identificação do transtorno nos primeiros anos de vida é essencial para o progresso das pessoas com TEA, bem como as intervenções terapêuticas. Na verdade, essa parte serve para todos os tipos de deficiência: quanto mais cedo a descoberta melhor a possibilidade de desenvolvimento e menor será o grau de sofrimento”, alertou.

Serviço

Se você souber do paradeiro de Hayslon ligue para (44) 99919-6659/ 99818-4480/ ou 190 (polícia militar)

O que é autismo?

“Nossa! A sua filha não tem cara de autista! Somente quem tem um filho com espectro autista já deve ter escutado o infeliz comentário. Um dos grandes desafios que pais e familiares de crianças com TEA – Transtorno de Espectro do Autismo -, é o chamado “Preconceito Reverso”.

As crianças não trazem sinais na aparência, o que dá a impressão de não terem nenhum tipo de necessidade. Os transtornos muitas vezes são ocultos, gerando desconfiança nas pessoas que a cercam. Por vezes são julgadas como mimadas, mal educadas entre outros adjetivos pejorativos.

As mães muitas vezes já abandonadas pelos pais, que não aceitam o estado dos filhos, vão embora, e elas se veem sozinhas e, muitas vezes, sem nenhum tipo de orientação, ficando deprimidas, o que só piora o quadro de seus filhos.

Todas as pessoas que têm autismo apresentam sinais e sintomas em comum como por exemplo dificuldades de comunicação, comportamentos repetitivos interação e comportamento social. Mas, vale lembrar que os sinais e sintomas de autismo (TEA) vão afetar cada pessoa de maneira e intensidade diferentes.

Para Ana Floripes, os pais com filhos com TEA devem se unir, cada vez mais, para cobrar efetivamente o poder público, em níveis federal, estadual e municipal, o cumprimento de Políticas Públicas. No momento está tramitando na Câmara dos Deputados, o Projeto de Lei, número 169, de 2018, que torna, obrigatória à criação de Centros de Assistência Integral às pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e seus familiares, no Sistema Único de Saúde (SUS), recentemente aprovada pelo Senado Federal.

A educação inclusiva só se concretiza por meio do trabalho em rede. A escola não substitui o trabalho da área da saúde e, sem ela, não é possível pessoas com TEA terem qualidade de vida.