O efeito “ioiô” do comércio na pandemia de coronavírus

Mesmo com o chamado efeito ioiô da pandemia, quando o comércio fecha, depois abre e fecha novamente, alguns municípios da região de Campo Mourão não identificaram danos efetivos na economia. Este é o caso de Engenheiro Beltrão. Lá, os comerciantes ficaram apenas uma semana fechados. Amenizando as perdas. 

Lucimara Brambila Padilha, presidente da Associação Comercial de Engenheiro Beltrão, explica que o comércio fechou durante uma semana inteira. Depois disso, foi reaberto para recebimentos. Mas sem que clientes adentrassem as lojas. “Sentimos que algumas atividades tiveram efeitos negativos. Mas a maior parte, não”, disse. 

De acordo com ela, como a população deixou de viajar, o comércio local acabou absorvendo vendas que poderiam ser realizadas, por exemplo, em Campo Mourão. Já o segmento de bares, restaurantes e eventos, foram os que mais sentiram. Mesmo assim, segundo ela, não foram contabilizadas demissões. Nem empresas encerradas. Dados do Caged, entre janeiro e abril, indicam que o município teve saldo positivo de seis contratações com carteira registrada.

Em Luiziana, o comércio permaneceu fechado por 45 dias. Foram 30 num primeiro momento. Depois voltaram a abrir os setores essenciais. Mas com a primeira morte pelo Covid-19 em meio a população e outros casos da doença, o comércio voltou a fechar. “No começo, principalmente, pelos autônomos, verificamos um desequilíbrio. Mas já estabilizou”, disse Evandro Luis Walker de Lima, presidente da Associação Comercial de Luiziana. 

De acordo com ele, apesar de não constar nos índices do município, alguns trabalhadores podem ter perdido o emprego em Campo Mourão, onde trabalhavam. No entanto, no comércio local, não há registros de desemprego frente a pandemia. Muito menos empresas lacradas. Dados do Caged, nos quatro primeiros meses do ano, indicam que Luiziana teve saldo positivo de 15 carteiras registradas.

Embora alguns municípios não relatem danos, outros já podem estar sendo afetados diretamente pela crise. É que os dados do Caged de maio ainda não saíram. Especialistas admitem que os verdadeiros reflexos da pandemia, na economia, devem aparecer a partir do mês de setembro.       

O emprego de janeiro a abril na região

1) Ubiratã: 355
2) Juranda: 46
3) Roncador: 25
4) Luiziana: 15
5) Quarto Centenário: 11
6) Altamira do Paraná: 8
6) Rancho Alegre do Oeste: 8
8) Engenheiro Beltrão: 6
9) Moreira Sales: 4
10) Farol: 1
11) Campina da Lagoa: 0
12) Boa Esperança -5
13) Quinta do Sol: -7
14) Janiópolis: -12
15) Mamborê: -13
16) Peabiru: -14
17) Nova Cantu: -16
18) Barbosa Ferraz: -21
19) Fênix: -31
20) Corumbataí do Sul: -41
21) Goiorê: -44
22) Iretama: -47
23) Campo Mourão: -95
24) Terra Boa: -124
25) Araruna: -204

Fonte: Caged/ Ministério da Economia