Chuvas causam estragos e deixam autoridades em situação de alerta em Campo Mourão e região

As fortes chuvas que caem sobre Campo Mourão e toda região desde a sexta-feira (27) estão deixando destruição causando prejuízos a moradores em diversas localidades. Várias famílias foram atingidas na região da Comcam. Além do volume expressivo de água – com precipitações que chegaram a aproximadamente 150 milímetros nas últimas 24 horas em algumas localidades-, tempestades de ventos também atingiram várias cidades deixando estragos e prejuízos. Áreas rurais de diversos municípios também vêm sendo bastante afetadas.

Em Campo Mourão, por exemplo, as fortes chuvas que persistem, causaram a queda de árvores e inundações de residências. Nesse sábado por exemplo, uma árvore de grande porte foi arrancada pela raiz, na rua Meron Lapezak, no jardim Isabel, atingindo dois veículos, um Fiat Uno e um GM Corsa, que estavam estacionados na via. Os automóveis foram bastante danificadas. Por sorte ninguém ficou ferido. Outro carro também foi atingido por queda de outra árvore, na rua Paisandu, no jardim Parigot de Souza. Foram registradas quedas em outros pontos da cidade, como na rua Santa Catarina, subida próximo ao Parque do Lago.

Casas inundadas

Já na madrugada deste domingo (29), moradores do conjunto Fernandes, foram acordados por suas casas sendo invadidas pelas águas das fortes chuvas que não dão trégua. Uma das moradoras atingidas é Rosenilda dos Santos, que mora com o filho no bairro. Ela disse que há vários anos residindo no local nunca tinha presenciado tanta chuva.

A água destruiu praticamente toda a mobília da residência de Rosenilda. “Molhou tudo que tinha, cama, colchão, guarda roupas. Perdi tudo”, lamentou a moradora. Ela disse que a casa foi inundada no início da madrugada. A moradora amanheceu o dia arrastando lama do interior do imóvel.

O coordenador da Defesa Civil de Campo Mourão, Ireno Reis, Secretário de Mobilidade Urbana e Obras, informou que o grande volume de água que atingiu a região comprometeu a tubulação de escoamento de uma rede de galeria pluvial, o que causou o incidente. “A tubulação se moveu e ribeirinhos tiveram casas invadidas pelas águas”, lamentou. O município havia executado obras de pavimentação asfáltica e instalação de galerias no local, recentemente.

“Infelizmente é um evento da natureza. Ou seja, não tem como evitar. Obras públicas foram feitas no local, porém o grande volume de água, somado à descida muito forte e transbordamento do rio causaram inundações. Agora temos que esperar o tempo firmar para fazer os trabalhos de reconstrução”, disse Reis. Proprietários de residências às margens do lago da Usina Mourão também sofreram prejuízos com inundações. Em alguns casos, enxurradas levaram até portões de chácaras no local.

O excesso de chuvas, paralisou também o serviço de tratamento de água no município, devido a turbidez muito forte provocada pelas enchentes no Rio do Campo que abastece a cidade. A Sanepar pede à população que utilize água somente para atividades essenciais como alimentação e higiene. Em nota, a empresa informou que a normalização do serviço deverá ocorrer a partir das 20 horas, de forma gradativa.

Defesa Civil, Corpo de Bombeiros, Secretaria de Obras, equipes da Sanepar, Copel e Ação Social, se unem em uma força tarefa para atender os atingidos e normalizar os serviços de abastecimento de água e energia elétrica no município.

Apavoramento

O prefeito de Nova Cantu, que está entre os municípios atingidos na região de Campo Mourão, disse estar apavorado com tanta água. Várias famílias tiveram residências invadidas por inundações na cidade. Na manhã deste domingo, a administração da Usina PCH Cantu 2, em Nova Cantu, emitiu um comunicado informando que em uma das barragens do reservatório, o nível de água do Rio Cantu subiu cerca de três metros nas últimas horas. A usina informou que opera em regime de atenção.

“O nível operacional deles é 415 metros, está em 419,81. A partir de 420,70 [metros] entra em regime de emergência I, correndo risco de alagamento dos ribeirinhos. A partir de 421,60 entra em regime de emergência II, correndo risco de rompimento de barragem. A situação está deixando todo mundo assutado”, disse Agnolin.