Comcam vai a 281 casos de dengue. Saúde mantém alerta para risco de epidemia em Campo Mourão

O aumento expressivo de casos de dengue na região acende sinal de alerta nos municípios. Em Campo Mourão, por exemplo, a secretaria de Saúde voltou a alertar a população para o possível risco de epidemia da doença. Na Comcam, os casos confirmados saltaram para de 141 para 281 em uma semana, sendo 141 somente em Campo Mourão.

De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde (Sesa), a Comcam tem ainda mais 1.029 prováveis casos de dengue, ou seja, exames laboratoriais que ainda aguardam confirmação. A região totaliza 2.084 notificações.

Os casos confirmados por cidades são: Barbosa Ferraz (5); Boa Esperança (1); Campina da Lagoa (1); Campo Mourão (89, dados da Sesa, mas a Secretaria de Saúde local divulga 141); Corumbataí do Sul (1); Engenheiro Beltrão (3); Goioerê (4); Iretama (3); Juranda (1); Luiziana (1); Mamborê (4); Moreira Sales (3); Peabiru (1); Quarto Centenário (1); Rancho Alegre D’ Oeste (3); Roncador (1); Terra Boa (99) e Ubiratã (8).

O chefe da 11ª Regional de Saúde de Campo Mourão, Eurivelton Wagner Siqueira, analisa que o aumento de casos é preocupante. Segundo ele, resultados das chuvas mais frequentes com dias quentes e o principal: relaxo de parte da população que não cuida de seus quintais. “Infelizmente os números estão aumentando toda semana. Estamos intensificando as ações de combate junto aos municípios, mas sem a união da população, dificilmente vamos manter a situação sob controle”, preocupou-se.

Em Campo Mourão, de acordo com informação divulgada pela comunicação do município nesta quinta, mesmo com o trabalho ‘ininterrupto’ dos agentes de endemias e de alguns grupos voluntários, os casos não param de aumentar na cidade. Atualmente são 141.

Na semana passada, a Secretaria Municipal de Saúde solicitou à 11ª Regional a liberação da pulverização com fumacê nos bairros com maior número de casos. “Estamos aguardando a liberação do Estado”, frisou a coordenadora de campo do trabalho, Marinalva Ferreira da Luz.

O secretário municipal de Saúde, Sérgio Henrique dos Santos, adverte que a eficiência no combate a dengue depende da atitude da população. “Caso contrário, não vai demorar para entrarmos em uma epidemia de dengue”, observa o secretário, ao acrescentar que o número de pacientes que tem procurado a UPA diariamente com sintomas da doença aumenta a cada dia.

“Nossas equipes estão fazendo tudo o que é possível, desde a investigação, pulverização com bomba costal, atendimento a denúncias, caminhadas ecológicas, trabalho diário de campo, buscando apoio com clubes de serviços e mutirões com a comunidade, palestras nas escolas. Mas isso não basta se a população continuar deixando água parada para criar mosquito”, reforça. Ele revela que na casa de um morador doente a equipe da Vigilância Sanitária encontrou três focos do mosquito.

No Paraná, a Sesa está em alerta para o combate à proliferação do mosquito Aedes aegipty, que além da dengue é vetor também da zika e chikungunya. Desde o novo período sazonal da dengue, que teve início no dia 1º de agosto de 2021 e deve seguir até julho de 2022, o Paraná registrou dois óbitos pela doença. Até ao momento são mais de 42.000 casos notificados. Só na última semana houve um aumento de 77% de casos confirmados e mais de 81% de casos autóctones, ou seja, quando a dengue é contraída no município de residência.

Se comparado ao período sazonal anterior (2020/2021), o Estado teve uma redução no número de notificados (-7%), mas um aumento em 25% em relação aos casos confirmados. Diante do cenário atual, a Vigilância Ambiental da Sesa incentiva por meio das Regionais de Saúde, a realização de ações de mobilização da população quanto à remoção mecânica de focos, bem como ações educativas em parceria com instituições públicas e privadas em todo o Estado. A secretaria acompanha a situação e reforçará o suporte técnico aos municípios para conter a doença.

Transmissão

As arboviroses (dengue, zika e chikungunya) são transmitidas pela picada do Aedes aegypti. É necessário ficar atento a possíveis criadouros do mosquito e, assim, eliminar esses possíveis locais, para evitar a propagação das doenças. É fundamental que a pessoa identifique os sintomas das arboviroses para buscar o serviço de saúde para diagnóstico e tratamento adequado, o quanto antes.

Dengue

Normalmente o primeiro sintoma da dengue é a febre alta (39º a 40º C) de início repentino, com duração máxima de 7 dias, acompanhada de dor de cabeça, dor atrás dos olhos, dores no corpo, prostração, fraqueza, ou erupções cutâneas.

Zika

Manchas vermelhas pelo corpo, com coceira intensa, febre baixa ou até mesmo ausente, olhos vermelhos e dores nas pequenas articulações.

Chikungunya

Febre alta, dores intensas nas articulações, dor nas costas, dores pelo corpo, erupção avermelhada na pela, dor de cabeça e dor retro-ocular. Todas podem ocorrer em localidades com presença de mosquito Aedes aegypti.