Com 99% da safra retirada do campo, colheita da soja entra na reta final na região

Após o longo período chuvoso, entre fevereiro e início de março, os produtores rurais aproveitaram o tempo firme das últimas semanas para intensificar a colheita da soja, que entrou na reta final na região de Campo Mourão. Os números estão apontando para uma safra recorde. Porém, com o aumento da oferta, produto desvalorizou nas últimas semanas.

Relatório divulgado nesta terça-feira (11) pelo Departamento de Economia Rural (Deral), núcleo de Campo Mourão, vinculado a Secretaria da Agricultura e do Abastecimento (Seab), aponta que 99% da área foi colhida na Comcam. Ou seja, os produtores retiraram do campo 694.217 hectares de soja de 701.230 ha semeados.

Até o momento, conforme o Deral, foram obtidas 2.664.672 milhões de toneladas de soja da área já colhida. A produção total estimada pelo órgão é de aproximadamente 2.796.154 milhões/ton. Os produtores comercializaram apenas 21,9% da safra atual, o equivalente a 612.454 toneladas.

Apesar das dificuldades enfrentadas pela cultura como o atraso no plantio e na colheita, o Deral informa que produtores terão uma safra recorde este ano. “A safra é uma das melhores dos últimos tempos. Mesmo com perdas registradas em algumas áreas, a região está tendo uma produção excelente”, falou o técnico do Deral em Campo Mourão, Paulo Borges.

Em nível de Paraná, a produção estimada, de 22,18 milhões de toneladas, supera em 82% o volume da safra 2021/2022 (12,2 milhões de toneladas). O bom desempenho se deve especialmente às condições climáticas favoráveis. A área, estimada em 5,76 milhões de hectares, é semelhante à do ciclo passado, com um crescimento de 2%. A produtividade é de 3.845 kg por hectare.

Com esse resultado o Paraná aumenta sua participação na produção nacional de soja, passando a representar em torno de 15% do total – nas safras anteriores, esse índice variava entre 12% e 14%.

No entanto, com a safra recorde, o preço recebido pelo produtor pela saca de soja 60 quilos apresentou queda nas últimas semanas. Há duas semanas o grão foi comercializado por R$144,30, 9% a menos do que em fevereiro de 2023 e 24% a menos do que em março de 2022. Atualmente, a saca está cotada em média R$ 135,00. Ou seja, o preço caiu ainda mais.

Borges explica que a queda é consequência da grande oferta de soja no mercado. Ele lembrou ainda que a superprodução gerou problemas logísticos de escoamento. Com isso os armazéns estão lotados, o que também tende a pressionar os preços.

Milho safrinha
Em relação ao plantio do milho 2ª safra, os trabalhos já foram concluídos na região. A área encolheu de 400.000 mil hectares inicialmente projetados para 385.370 agora. Em 2022 foram semeados 428.700 hectares com o cereal. A produção para a safra 2022/23 está estimada em cerca de 2.119.535 milhões de toneladas.

A redução aconteceu principalmente devido ao atraso na colheita que segurou o início do plantio. Com isso, muitos produtores acabaram optando pela cultura do trigo, que neste temporada será de 109.650 hectares, um aumento de 22% em relação a 2022, quando na época foram plantados 96.530 ha. Caso não haja interferência climática no período da cultura, o Deral estima uma produção de aproximadamente 274.125 toneladas de trigo na Comcam para a safra 2022/2023.