Com preços históricos, plantio do milho 2ª safra atinge 80% na Comcam

Com preços mais altos da história – a saca sendo cotada a R$ 78,50 -, o plantio do milho segunda safra (2020/2021) atingiu nesta semana, 80% da área na Comcam. Os dados são da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab). Em relação ao ano anterior, a semeadura está atrasada devido ao ciclo mais longo da colheita da soja. Mas nada que comprometa a cultura. O plantio deve ser finalizado nos próximos dias. 

Na região, foram reservados 343.600 hectares para o milho, nesta temporada – praticamente a mesma área do ano passado-, dos quais 274.880 já foram plantados. A estimativa inicial de produção é de 1,9 milhão de toneladas, contra 1,8 milhão ante 2020.  “A área se manteve basicamente a mesma. Provavelmente poderemos ter algum ajuste que pode aumentar”, comentou o analista do Deral (Departamento de Economia Rural), Edmar Gervásio. 

De acordo com levantamento da Seab, 100% da área plantada estão em boas condições de desenvolvimento até o momento, sendo 27% no estágio de germinação e 73% em desenvolvimento vegetativo. “O plantio avança conforme a colheita da soja”, observou Gervásio. 

O analista comentou que o preço é um ponto positivo para o produtor rural que está animado. “Essa é uma cultura rentável devido aos ótimos preços pagos pela saca. Além disso, o clima que está favorecendo a colheita de soja, também está contribuindo para o plantio do milho”, relata.

Segundo Gervásio, os preços do milho estão cerca de 70% maiores este ano em relação ao mesmo período de 2020. “A gente tem uma faixa de preços históricos na maioria das praças, todos acima de R$ 70,00 a saca de 60 quilos. Em alguns casos, o aumento é até de 100%. E os produtores estão aproveitando”, disse.  

A expectativa é que os bons preços se mantenham em consequência de uma safra igual ou inferior – em algumas regiões- a do ano passado, e até mesmo por conta da cotação do dólar. “O fator dólar também influencia nos preços praticados aqui”, frisou. 

Gervásio acrescentou que no Paraná, a primeira estimativa dessa safra aponta para área de 2,4 milhões de hectares de milho, 4% superior à da safra anterior. A produção está estimada em 13,5 milhões de toneladas. “Se esse cenário se confirmar teremos uma safra relevante no Paraná, que deve abastecer o mercado”, diz ele. 

Se as estimativas de área forem confirmadas, a região Norte do Estado terá a maior área, com mais de 800 mil hectares, cerca de 35% do total, seguida pelo Oeste, com 30%.