Estudantes e médicos sem natal

“A tristeza branca
A derramar,
De novo, os tons
(tão bons…),
Tristes e brancos,
Irmanados,
Irmanando,
Num pôr de sóis
(….)
Em eternos veios
De dores reprimidas.
Aqui, sentado,
Parado e alheio,
(….)
No ventre dilatado
De uma criança qualquer
Está o espanto
Do século dividido.
No pranto da mãe
Que chora mais um anjo
(….)
Está o amargo
Das injustiças.
E o mundo busca
Outros mundos,
(….)
Sem volver um só
Olhar de piedade.
Que engenhosidade!
(….)
Fica o fim de uma história enterrada e esquecida, e é natal
Tarde de Natal – Victor Motta

O primeiro corte foi de 1,68 bilhão de reais, mas não foi o suficiente, o governo Bolsonaro anunciou pelo próprio ministério da educação não existirem recursos para pagar os estudantes residentes e bolsistas da graduação, pós, especialização e doutorado.

A mesma situação é a dos 14 mil médicos dos hospitais federais que não receberão pelo trabalho prestado.

Não seria preciso ressaltar, ao mesmo tempo é impostergável, a Educação e a Saúde são imprescindíveis, razões pelas quais estão preceituadas na Constituição Federal, obrigações para todos os entes públicos.

Não chega a surpreender e não se trata de implicância, porém, são inumeráveis as falas do presidente caracterizadas por não dar a devida atenção a universidades. Basta um único exemplo, o presidente enalteceu a gravidade de se ter trazido médicos de Cuba no governo Dilma. Sem precisar entrar no mérito, e até mesmo concordar com ele, entretanto, a crítica, se verdadeira e contundente, nada foi feito pelo capitão Jair para implementar uma política de formação e colocação de médicos e enfermeiros para não dependeremos do comunismo.

Há anos sem reajustes, os bolsistas recebem defasada “ajuda de custo”. Quantos que ficarão sem Natal?

Mais de 100 mil em todo o Brasil, segundo informações de vários meios de comunicação, tendo como fonte o próprio ministério da educação.

É, o recado dado, se virem. E a caserna, como está? Tudo em ordem, sentido!

Fases de Fazer Frases (I)
A larga esperança só é largada pelo pessimista.

Já o otimista não larga a esperança, que nele se alarga.

Fases de Fazer Frases (II)
O travoso é gravoso. Mas nem tudo que é gravoso é travoso.

Olhos, Vistos do Cotidiano (I)
A Escola Municipal Florestan Fernandes realizou recentemente homenagens aos integrantes da AML – Academia Mourãoense de Letras. A diretoria da Academia representou todos nós.

Eu, por ser professor e lecionar no dia e horário do evento, não pude comparecer, mas faço questão de tornar ainda mais público o registro de agradecimento pelo belo trabalho feito com relação aos escritores. A direção, professores, estudantes pais, funcionários e a comunidade educacional.

Olhos, Vistos do Cotidiano (II)
“Diga lá, Tino”, narrou Galvão Bueno no jogo do Brasil na Copa. Cometeu involuntariamente uma cacofonia (junção de duas ou mais palavras que provocam som desagradável, estranho), pois ficou a impressão de “latino”, o repórter iria latir. Galvão já cometeu outra nos tempos do jogador da seleção Cafu, dizendo o narrador, “Cafu deu a bola…”.

Olhos, Vistos do Cotidiano (III)
Depois das duas notas acima, “vou-me já, está pingando”.

Farpas e Ferpas
Usar espora? Esporadicamente?

Reminiscências em Preto e Branco
Na tardança da vida, não importa contar os pecados, diminui-los, sim.

José Eugênio Maciel | [email protected]