Mais importante que eleitor é o voto

“Cada um tem tantos direitos, segundo o poder que tem”
Baruch Espinoza

    De todas as eleições, as municipais são as que mais envolvem a população, sobretudo o eleitorado, na escolha do prefeito e do vereador. É o poder, como tal, mais próximo dos brasileiros, local, palpável e que podemos de alguma forma interferir, além da escolha, como ele deverá ser exercido.
    O eleitor tem todas as condições de conhecer, questionar e influir no processo eleitoral. Mesmo que ele comesse do zero, conseguirá conhecer quem e quais são os que disputam a prefeitura e os que visam uma vaga de vereador.
    O que deve o candidato considerar como fundamental quanto aos candidatos? 
A trajetória de vida, pois a biografia de cada um tem a ver com o que ele é, e não o que procurará aparentar. Compromissos assumidos e defendidos pelos candidatos, os eleitores poderão observar se existe coerência com a vida social e política dos postulantes.
    Credibilidade e respeito não se constroem de um dia para outro, embora existam candidatos que acreditem nisso. 
    Em sentido amplo, os candidatos, todos eles em menor o maior grau, espelham o que é a sociedade em cada município. E, como parte da disputa, é possível antever que candidatos mais falem do adversário do que de si mesmo, a conhecida (tentativa) de destruir reputações.
    O eleitor tem poder! Sim, mas por vezes não se dá conta disso e enxota esse poder quando decide votar em branco ou anular o voto. 
    É preciso salientar, o eleitor poderá votar com amplo conhecimento de fatos e causas no que se refere a realidade do município onde vive. Por exemplo, como é a escola do seu bairro, a qualidade do ensino ofertado, o atendimento da unidade de saúde, a coleta de lixo, o transporte público, a calçada, a rua, as praças e parques.
    Fazer relação entre o discurso, proposta com a história de cada candidato não é atribuição impossível, ao contrário, está ao alcance do eleitor, e o eleitor irá colocar a prova ante a realidade do município.
    As eleições serão atípicas por causa da pandemia, bem curta para se fazer campanha e sem o contato físico, o aperto de mão com o pedido do voto. No mais, como será o clima da campanha? Em pouquíssimo tempo será possível saber.
    Porém, espera-se que um absurdo não ganhe espaço, o de nacionalizar o processo político-eleitoral e ideologizar disputas que são essencialmente municipais. 
    Colocar como tema central esquerda x direita; Bolsonaro e Lula são de uma pequenez tão tacanha e desesperadora que afrontará o eleitor, quando ele deseja saber o que pretendem fazer, se eleitos os candidatos para a cidade. Claro que os partidos pretendem ganhar espaço e projeção a partir da conquista das prefeituras, notadamente nas capitais e grandes centros urbanos.
    Enfatizar apoios como os mencionados, pode resultar em falta de personalidade do candidato, que, sem ou pouca liderança, usará fantasia alheia. São muitos os exemplos de eleições que a influência de presidente, governador não serviu para nada, o eleitor não se deixou levar.
    O eleitor é importante quando ele mesmo decide votar. Sem votar nem eleitor é.

Fases de Fazer Frases (I)
    Na escolha do poder pode a escolha ter poder?

Fases de Fazer Frases (II)
    Devoto.
    Dê voto.
    Voto do devoto.
    Volto no voto.
    Envolto no voto.

Fases de Fraser Frases (III)
    O poder de ter é menor do que o poder de ser.    

Olhos, Vistos do Cotidiano
    Existem modos e modos de aparecer, virar notícia. Segundo o Jornal Tribuna do Paraná, uma candidata à vereadora de Curitiba, que, aliás tem um nome comprido – Paula Milam Cardosos da Silveira Simões, pediu o registro eleitoral acrescentando o nome de “Bolsonaro”. 
    Lógico, puro oportunismo da idiota. E ela é candidata ao legislativo pelo PMB – Partido da Mulher Brasileira. É muito oportunismo volúvel e curvada ao machismo.

Farpas e Ferpas
    Dizer comum, sair candidato. Sem gostar, dirá o eleitor: saía, candidato.

Reminiscências em Preto e Branco
    Ele não deixou de jogar. Até o último sopro lutou bravamente, atacou, marcou, defendeu, sempre de acordo com as regras do desporto, leal. 
    Ensinou o que ele próprio praticou uma vida inteira. Ergueu os braços para agradecer a sua imensa torcida de familiares e amigos, manteve assim para o chamado da eternidade. Aos 67 anos, dia 23, o grande professor de educação física Jair Fábio Lençone perdeu a batalha contra o câncer, lutou com dignidade.

José Eugênio Maciel | [email protected]