Não conseguimos

…criança que brinca, corre, pula e grita mostra ao mundo como

se deve viver em cada momento, feliz, como quem acredita

em um mundo melhor que ainda vai haver.

Lauro Kisielwicz

            O título pode levar alguns leitores a concluir inicialmente que assunto é a recusa da Câmara dos Deputados autorizar o STF – Supremo Tribunal Federal a investigar o presidente Michel Temer (PMDB) ante às denúncias de corrupção. A maioria dos parlamentais federais decidiu arquivar. O NÃO CONSEGUIMOS poderia ser clamor popular contra a corrupção.

            Na verdade o NÃO CONSEGUIMOS refere-se à derrota que só foi uma discreta notícia.  

            NÃO CONSEGUIMOS acabar com o trabalho infantil no Brasil. O país se comprometeu a erradicar tal exploração até 2016. Entretanto, de acordo com a ONU – Organização das Nações Unidas, através do ODS – Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, a meta não foi alcançada.

            O pior: a extinção está prevista lá para 2025.

            Desafio maior é na faixa entre cinco e nove anos, idade agravada de exploração. O trabalho infantil tinha, em 2013, 61 mil crianças, número aumentado em 2015: 79 mil!.

            Também NÃO CONSEGUIMOS diminuir a evasão escolar. São 821,5 mil entre 4 e 5 anos matriculados que pouco frequentaram as aulas ou sequer compareceram.

            Ao invés da escola elas são exploradas, mão de obra barata incólume à fiscalização e sempre junta à impunidade.

            Crianças a um só tempo excluídas da educação ou sequer inclusas na sala de aula. 

            A notícia é mais do que triste, é revoltante. São crianças brutalizadas pela estrutura social perversamente injusta. Não deveriam pegar em ferramentas, mas sim ter nas mãos brinquedos para poderem praticar e vivenciar a infância, além da formação educacional familiar e escolar.

            Sem o lúdico vivenciam o real mundo adulto do conflito, da ausência de perspectivas.

            Nas últimas semanas o noticiário destacou a então nova portaria do Ministério do Trabalho, na prática flexibilizando o trabalho escravo, para atender os donos dos meios de produção, eles que querem ainda mais, ávida e fortemenente os tentáculos do desumano trabalho. A portaria foi suspensa por decisão da ministra do STF Rosa Weber. 

            Se fôssemos um país sério em sua maioria, estaríamos todos cobrando explicações, nos movimentando social e politicamente contra tais fatos.

            Estaríamos envergonhados. Bem mais tristes do que a derrota imposta pelos alemães na Copa do Mundo. Os 7X1 do jogo nada seria se comparado com crianças sem escola, sem sonhos, sem conhecerem a justiça, vítimas inocentes do desrespeito ao direito de serem crianças.

Fases de Fazer Frases (I)

            Quem contém toda alegria retém toda tristeza.

Fases de Fazer Frases (II)

            Só poderia perdoar uma única vez quem só tivesse um único pecado.

Olhos, Vistos do Cotidiano (I)

            Acompanhei a professora de Artes Eliana Ferreira Geraldo e um grupo de estudantes na exposição de quadros do saudoso professor Roque Leite de Medeiros Filho, na Biblioteca Pública  de Campo Mourão (visita até terça, 31). Didaticamente ela explicou a concepção do artista.        Enquanto eu a ouvia, vieram muitos quadros como lembranças do Roque, nossa amizade do tempo juvenil e recente como colegas professores, lecionamos nos mesmos Colégios, no ATO e no Rondon.  

Olhos, Vistos do Cotidiano (II)

             Sequência do subtítulo acima, para abrir a exposição, fui convidado a participar, falar aos presentes, mas infelizmente o horário de aulas me impediram. Agradeço a gentileza da Biblioteca em providenciar o texto desta Coluna sobre o professor Roque, lido no evento.

            Transcrevo o início do Artigo, publicado 28.07.2014, (ele morreu aos 54 anos, 23): “A sensação é a de estar diante de uma folha em branco, papel a espera de uma imagem que retrate o que ele foi a sua vida.…”

Caixa Pós-tal

            Da mourãoense Maria A. Cipriano: Gosto quando torna temas 'pesados', claros'.

Reminiscências em Preto e Branco

            O passado não volta. É o rememorar que não o deixa partir.