Bons exemplos a serem seguidos

Desde que passei a assinar textos semanais neste prestigioso veículo, tenho sempre insistido em uma tecla: desenvolvimento sustentável não se atinge apenas com ações governamentais; é crucial a participação de cidadãos e empresas com atitudes que ajudem a evitar a degradação de nosso Planeta.

O poder público, via de regra, é sempre o principal cobrado neste aspecto – seja pela mídia, por organizações da sociedade civil, pelo Judiciário. Obviamente, os governos devem agir como guardiões, coibindo a degradação ilegal do meio ambiente, e também promovendo a disseminação de boas práticas por meio da e ações de educação ambiental. Por outro lado, de nada adianta o esforço se a população continuar a descartar incorretamente o lixo e se empresas não se preocuparem com os resíduos que espalham país afora.

Por isso, é preciso enaltecer aquelas corporações que estão investindo para ter uma atividade realmente sustentável.

Aqui mesmo, no Paraná, temos alguns exemplos que devem ser ressaltados.

O primeiro deles é a Ambev: a gigante mundial do setor de bebidas escolheu Carambeí, nos Campos Gerais, para instalar a maior fábrica de vidros sustentáveis do Brasil, em um investimento fabuloso de quase um bilhão de reais. A construção começa este ano, com a criação de 1,5 mil vagas de emprego durante a obra e início da operação projetado para 2025.

A nova planta industrial vai produzir garrafas a partir da reciclagem de cacos recolhidos, fruto de parcerias com empresas de logística reversa e cooperativas de catadores do estado. A capacidade produtiva é de até 500 milhões de garrafas por ano. Um excelente exemplo de desenvolvimento sustentável!

Outra iniciativa parte da Klabin, maior produtora e exportadora de papeis do país, que ficou em sexto lugar no Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) da Bolsa de Valores em 2022. A empresa se uniu à Heinecken para uma parceria com um objetivo inédito e ousado: transformar Telêmaco Borba no primeiro território 100% circular em embalagens do País. A iniciativa visa dar a destinação correta a todos os resíduos sólidos recicláveis do município, que deverão ser transformados, reaproveitados ou reciclados, evitando que sejam enviados para aterros sanitários.

Outro destaque no ISE é a Copel, empresa de economia mista, que ocupa a 11ª colocação nacional. Em 2021, a companhia elaborou seu Plano de Neutralidade de Carbono para contribuir de maneira mais efetiva na economia de neutralidade, com metas baseadas em ciência e o objetivo de neutralizar suas emissões até 2030. A empresa tem buscado compor uma matriz energética complementar, investindo em fontes eólicas e em projetos híbridos de geração (incluindo a energia solar).

Mas devemos destacar também pequenos projetos, como o programa Cultivar Energia, que permitiu a criação de hortas comunitárias sob linhas de alta, média e baixa tensão da companhia, beneficiando ao menos 270 famílias. Uma iniciativa que transformou áreas ociosas e subutilizadas em redutos verdes e produtivos.

Apenas alguns poucos exemplos, mas de um valor inestimável para o meio ambiente.

Marcio Nunes é deputado estadual e ex-secretário do Desenvolvimento Sustentável e do Turismo do Paraná