Razão a mais

A participação de dois senadores do Paraná no debate sobre a criação por decreto de conselhos chapa branca,  pretendida pelo governo da presidente Dilma, com resistência no Congresso por praticamente usurpar suas finalidades, abre caminho para outra avaliação. Requião, citou no debate, ter criado conselhos populares em sua administração como prefeito de Curitiba, sem objeção do governador (Álvaro Dias). Álvaro ao seu lado, contestou: Mas não criou uma política nacional, nem deu outras providências. Assim ocorrem as coisas no cenário federal. Cria-se ou elimina-se órgãos, conselhos e se toma outras providências conforme o interesse do mandante de plantão. Um caso típico: o sistema S criado pelos setores empresariais, entidades corporativas patronais dedicadas à aprendizagem profissional, e assistência técnica como Sesc, Senac, Senai, Sesi e Senar, sempre sofreram forte resistência do PT, mais afinado com os sindicatos de trabalhadores. Estranhamente, depois de assumirem o poder o assunto esvaziou-se. Sabe-se agora o porque?  O ex-presidente da CUT e ex-deputado federal, Jair Meneguelli, preside o Sesi, informa a revista Época.  Salário de até R$ 60 mil, dois carros à disposição em São Paulo e São Bernardo do Campo;  alí também  pendura funcionários fantasmas como um ex-assessor de Lula na época do Planalto, uma das noras do ex-presidente e a mulher do ex-deputado mensaleiro João Paulo Cunha. Razões mais que suficientes para o partido ter o maior interesse na manutenção do sistema S e continuar no poder. Até o sistema S, entre outros setores,  foi aparelhado! Como ensina a sabedoria  popular, ninguém  dá ponto sem nó.

Torneira aberta

Agora que a legislação eleitoral dificulta a aplicação de recursos referentes aos empréstimos obtidos pelo estado e que dependiam de formalização em Brasília, os recursos continuam a ser facilitados. Depois dos R$ 817 milhões do Proinveste, na terça-feira o Senado aprovou empréstimo de US$ 67,2 milhões ao Banco Interamericano de Desenvolvimento. Com  participação favorável dos três senadores do Paraná, o que é um avanço. Recursos para o programa Paraná Seguro. Falta ainda a assinatura do contrato com o BID para a liberação. Outros virão!

Questionamento antecipado

A reunião em que se preparou perguntas e respostas para a CPI da Petrobras no Senado, ocorreu no gabinete da presidência da Petrobras, agora exercida  por Graça Fortes, que ocupa todo o segundo andar do prédio da estatal em Brasília. A informação de O Estado de São Paulo, complementa a reportagem divulgada no final de semana pela revista Veja, denunciando a preparação dos dirigentes questionados na CPI. A informação do relator senador José Pimentel, de que as perguntas a serem formuladas já haviam sido divulgadas no plano de trabalho da Comissão para que os convocados pudessem se preparar melhor, provoca  risos.

Debate necessário

O caráter político na formação dos tribunais de contas tem sido questionado em função de acontecimentos recentes aqui e em nível nacional. A sugestão mais aceita é de que o formato atual precisaria de mudanças para garantir-lhes a eficiência nas ações dos vários segmentos governamentais sujeitos a  suas fiscalizações.  O modelo vigente, com indicação de conselheiros nos estados e ministros no TCU, por governadores e presidentes da República, implica em tolerância para os investigados de maior expressão.  Sobra ‘chumbo’ para  os de menor.

Mais um suplente

O senador Álvaro Dias, fez na terça seu último ato antes da tentativa de reeleição ao Senado. Depois de participar da sessão que aprovou novo recurso para o Paraná, licenciou-se do cargo por quatro meses para dedicar-se à  campanha. Seu suplente é Wilson Matos (PSDB), diretor do Centro Universitário Cesumar de Maringá. A propósito: extinção de suplências no Senado é uma das propostas de campanha  do também candidato a senador Marcelo Almeida. Sua alegação é de que senadores costumam aceitar cargos executivos, deixando aos suplentes que não são votados, uma representação indevida de seu estado.

Farsa

FHC definitivamente voltou à ativa. É sua a afirmação sobre denúncias envolvendo a CPI da Petrobras, com perguntas e respostas ensaiadas:  Realmente o Congresso  tem que explicar. Se isso for assim,  ele  (Congresso) está participando de uma farsa, o que é inaceitável.