Agosto: um mês dedicado às vocações, por Gilmar Cardoso
“Não fostes vós que me escolhestes; fui eu que vos escolhi” – (Jo 15,16)
A palavra – Vocação – originária do latim, vocare, significa chamado. O convite particular que Deus faz a cada homem e a cada mulher e, que carece uma resposta livre e consciente, capaz de assumir os compromissos de ser sal da terra e luz do mundo. Em síntese, a vocação é uma inclinação para exercer uma determinada profissão ou um talento (aptidão natural) para executar algo.
Por essa motivação é que a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) aprovou desde 1981, na sua 19ª Assembleia Geral a instituição do mês de agosto como sendo o Mês Vocacional, um tempo especial e dedicado às vocações e para conscientizar as comunidades acerca da responsabilidade que compartilham nesse processo formativo.
A cada domingo a Celebração Litúrgica é dedicada a uma vocação específica onde celebramos pela ordem: sacerdotal (padres), matrimonial (pais), religiosa (consagrados) e leiga (catequistas). O Mês Vocacional é um tempo propício e dedicado à oração, reflexão e ação nas comunidades com foco nas vocações.
Nesse sentido, a vocação é uma proposta de Deus ao homem, somos livres para acolher ou rejeitar a missão e o propósito de servir. A primeira vocação é a vida em si, a qual recebemos para contemplarmos um tempo existencial, cronológico, para depois vivermos a plenitude na eternidade. Responder ao chamado, a essa voz interior, não é algo simples e fácil, é inquietante, dá medo e não raras vezes é confundido apenas com um desejo exclusivamente humano, e portanto, exige-nos discernimento, oração, direção espiritual e acompanhamento vocacional, até termos condições de assumir de fato a essência do dom.
A arte do cartaz oficial do mês vocacional de 2022 foi inspirada no tema escolhido pela Comissão para os Ministérios Ordenados e Vida Consagrada, “Cristo vive! Somos suas testemunhas” e no lema: “Eu vi o Senhor” – (Jo 20,18). A atenção às vocações constitui para cada Diocese uma das prioridades pastorais.
Confiantes nas palavras do Mestre que disse-nos: “Pedi ao Senhor da messe que envie operários para a messe, pois a messe é grande e os operários são poucos”, recordamos o Papa Francisco ao afirmar que nenhuma vocação nasce por si, nem vive para si. A vocação brota do coração de Deus e germina na terra boa do povo fiel, na experiência do amor fraterno. As vocações nascem na oração e da oração. E só na oração podem perseverar e dar frutos.
Concluo com a Oração Vocacional rogando:
“Senhor da Messe e Pastor do Rebanho, faze ressoar em nossos ouvidos teu forte e suave convite: “Vem e segue-me”.
Derrama sobre nós o teu Espírito, que ele nos dê sabedoria para ver o caminho e generosidade para seguir tua voz.
Senhor, que a Messe não se perca por falta de Operários. Desperta nossas comunidades para a Missão. Ensina nossa vida a ser serviço. Fortalece os que querem dedicar-se ao Reino, na vida consagrada e religiosa.
Senhor, que o Rebanho não pereça por falta de Pastores. Sustenta a fidelidade de nossos bispos, padres e diáconos. Dá perseverança a nossos seminaristas. Desperta o coração de nossos jovens para o ministério pastoral em tua Igreja.
Senhor da Messe e Pastor do Rebanho, chama-nos para o serviço de teu povo.
Maria, Mãe da Igreja, modelo dos servidores do Evangelho, ajuda-nos a responder Sim. Amém!”.
Que esta certeza de fé, impulsionando-nos sempre mais para o testemunho da vida que vence a morte e dá-nos a salvação faça com que este Mês Vocacional possa aquecer o coração de cada pessoa porque Cristo vive e somos suas testemunhas.
Assim seja!
GILMAR CARDOSO, advogado, poeta, membro do Centro de Letras do Paraná e da Academia Mourãoense de Letras.