Ministério da Saúde raciona repasse de Malathion e prejudica fumacê na região

Mesmo com as atenções voltadas à pandemia de Coronavírus (Covid-19), a 11ª Regional de Saúde de Campo Mourão segue com as ações de combate ao Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue, febre amarela urbana, chikungunya, e zika vírus em toda a região. Porém, o fumacê, uma das ações de combate ao Aedes, vem sendo prejudicado devido ao repasse racionado do inseticida Malathion, pelo Ministério da Saúde (MS). 

Para se ter ideia, o chefe da 11ª Regional da Saúde Eurivelton Wagner Siqueira, solicitou ao Ministério da Saúde o envio de 2,5 mil litros do inseticida, porém recebeu apenas 360 na última semana. “Tivemos que mandar apenas um galão de 20 litros para os 18 municípios que apresentaram o maior número de casos confirmados nas últimas quatro semanas”, frisou. 

Ficaram sem receber o insumo as cidades de Altamira do Paraná; Corumbataí do Sul; Luiziana; Farol; Quarto Centenário; Rancho Alegre D’Oeste e Terra Boa. De acordo com Siqueira, devido a pouca quantidade do veneno, os municípios estão sendo orientados a fazerem a aplicação com a UVB costal. 

Siqueira comentou que 11 municípios da região solicitaram o fumacê à Regional, já autorizado, mas a falta do inseticida está prejudicando o serviço. “Para se ter ideia, o Paraná inteiro recebeu apenas 3 mil litros de Malathion [nesta segunda leva]”, comentou. 

O Cielo, uma nova versão do inseticida, mais eficaz contra o mosquito, tinha previsão de chegada à região pelo próprio Ministério da Saúde no início deste mês, o que não aconteceu até o momento.  “Está para chegar um lote de Cielo, mas não tem confirmação de data”, informou Siqueira. Ele disse que tem informação de que um lote do veneno foi destinado para a regional de Paranavaí e Londrina. 

No fim de janeiro deste ano, a 11ª Regional de Saúde havia recebido 1,2 mil litros de Malathion, repassado aos municípios. Porém, a quantidade recebida foi insuficiente para os trabalhos. “Os casos de dengue infelizmente continuam aumentando na região. Estamos utilizando a tônica do próprio secretário geral do Ministério da Saúde, que está pedindo ao pessoal que está em casa para aproveitar e limpar o quintal”, acrescentou Siqueira. 

Números

A região tem 7.707 casos de dengue e 16.538 notificações. Até o momento são 11 mortes pelo vírus. São 14 cidades em situação de epidemia: Araruna; Altamira do Paraná; Barbosa Ferraz; Campo Mourão; Engenheiro Beltrão; Goioerê; Iretama; Quarto Centenário; Quinta do Sol; Peabiru; Rancho Alegre D’Oeste; Roncador; Nova Cantu; e Juranda.

Barbosa Ferraz continua com o maior número de casos: 1.314; Engenheiro Beltrão (1.111); Peabiru (830); Quinta do Sol (770); Juranda (738); Nova Cantu (581); Iretama (512); Ubiratã (462); Campo Mourão (346); Campina da Lagoa (291); Terra Boa (209); Goioerê (205); Araruna (61); Fênix (58); Roncador (43); Moreira Sales (34); Mamborê (32); Boa Esperança (26); Janiópolis (20); Quarto Centenário (17); Rancho Alegre D’Oeste (14); Corumbataí do Sul (11); Altamira do Paraná (10); Luiziana (9); e Farol (3).

Em todo o Paraná são 57 óbitos pela doença e 76.655 mil casos. No Estado são 162 municípios em situação de epidemia. Outros 34 estão em situação de alerta. O Estado contabiliza 183.699 casos notificados em 358 municípios.