Campo Mourão teve o janeiro mais chuvoso em 23 anos, diz Simepar

Janeiro de 2021 foi o mês mais chuvoso em 23 anos na cidade de Campo Mourão. O volume acumulado foi de 512 milímetros. A média histórica para o mês é em torno de 190 mm. As informações são do Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar).

A estação meteorológica do Simepar foi instalada em Campo Mourão em junho de 1997, com os registros de janeiro desde 1998. O janeiro mais chuvoso até então tinha sido em 2010: 325 mm. Em seguida, em 2020, 286,2 mm. O menos chuvoso, desde a implantação da estação meteorológica no município foi em 2008, quando foram registrados 62,2 milímetros. Por outro lado, o produtor rural de Campo Mourão, Gabriel Jort, que tem anotado os registros de chuvas desde 1980, ou seja, bem antes que o Simepar, diz que janeiro deste ano é o mais chuvoso em 41 anos. 

O meteorologista do Simepar, Samuel Braun, explicou que um corredor de umidade da Amazônia ao Sul do Brasil foi o responsável pelo grande volume de chuva. “É uma situação normal no verão, mas em janeiro este corredor ficou semi estacionado em direção ao Paraná, principalmente na segunda quinzena do mês. Por isso a chuva foi quase diária e com volumes significativos”, falou.

O maior volume atingiu mais as regiões noroeste, sudoeste e litoral paranaense. Segundo Braun, a chuva deve continuar em fevereiro, mas em menor intensidade “Será dentro da média, um mês mais calmo”, afirmou. O volume previsto deverá ficar próximo da média, entre 160 a 180 mm. 

“A tendência em fevereiro é que chova menos em relação a janeiro. Ainda temos chuvas previstas para esta quarta e quinta-feira e a partir de sexta-feira o tempo volta a ficar mais estável”, frisou o meteorologista. 

O tempo volta a ficar abafado na região com temperaturas que podem ultrapassar os 32ºC graus. 

As chuvas volumosas foram registradas em vários municípios da Comcam no mês de janeiro: Em Peabiru, por exemplo, foram 643 milímetros; Luiziana (610 mm); Mamborê (572 mm); Iretama (564 mm); Juranda (510 mm); Engenheiro  Beltrão (457 mm); Boa Esperança (455,5 mm); Roncador (454 mm); Moreira Sales (451 mm);  Farol (451mm); Rancho Alegre D’ Oeste (421 mm); Araruna (370,5 mm); Janiópolis (376 mm); Quinta do Sol (332,50 mm); Fênix (289 mm).

Prejuízos

O grande volume de água causou prejuízos em alguns municípios da região e prejudica também o andamento das lavouras de soja, devido ao excesso de umidade. Em Barbosa Ferraz, a cheia dos rios, provocou a destruição de quatro pontes, bueiros e estradas rurais.

O prefeito da cidade, Edenilson Miliossi (Cidadania), aguarda o tempo firmar para iniciar os trabalhos emergenciais de recuperação. Segundo ele, o foco da administração será a recuperação dos danos ocorridos na zona rural. 

Os produtores rurais também estão apreensivos. O tempo muito úmido propicia o surgimento de doenças e pragas. O problema é que com as chuvas constantes, eles não conseguem fazer a aplicação dos defensivos agrícolas.  Além disso, em algumas regiões da Comcam onde a soja foi plantada antecipadamente, o grão está brotando no pé. Situações registradas principalmente na região de Ubiratã e Campina da Lagoa. 

Paraná

O Simepar apontou que a precipitação acumulada em oito pontos diferentes do Estado foi de 2.748,6 milímetros. O índice é 151% superior ao mesmo período do ano passado – em janeiro de 2020 foram 1.094,2 mm.

Em relação à média, o aumento também foi significativo, de 67%. No primeiro mês de 2021 choveu 343,5 mm, contra um histórico de 205,7 mm. O levantamento leva em consideração as regionais de Paranaguá, Curitiba, Ponta Grossa, Guarapuava, Londrina, Maringá, Cascavel e Foz do Iguaçu.