Ex-vereadores avaliam atual Câmara de Campo Mourão

Ninguém melhor que quem já esteve no poder para fazer uma avaliação de quem está. Por isso a reportagem da TRIBUNA manteve contato com alguns ex-vereadores e solicitou a opinião deles – agora como cidadãos comuns -, sobre a atuação dos parlamentares municipais da atual legislatura, que completa um ano no próximo dia 1º de janeiro. Dos sete contactados pela TRIBUNA, apenas três aceitaram opinar.

O advogado Luis Alfredo da Cunha Bernardo, que foi vereador na legislatura passada, disse que tem acompanhado os atos dos atuais pelos meios de comunicação digitais e tradicionais. “Temas velhos e vencidos, de baixa resolução prática e funcional. Apenas talvez com melhor desenho no metaverso (mundo virtual que ‘espelha’ o real). A percepção que tenho é que todos eles fazem o que melhor lhes é possível fazer no exercício do mandato”, analisa.

Para ele, os vereadores atuam, assim como eram os anteriores e os que virão, no limite do conhecimento pessoal e técnico. “O exercício do mandato de vereador segue, tal qual já observei e relatei durante meus mandatos: gerando proveito mais no privado do que no coletivo”, acrescenta.

Ele aproveitou também para comentar sobre a gestão do município. “A aplicação das receitas, que se avolumam em sobras, parece ainda estar marcada na exteriorização de obras de asfalto, mantendo-se a escassez de investimentos em qualificação da gestão pública. A visão desértica das ruas localizadas no centro é um bom retrato da aridez nos atos de gestão pública eficiente”, sintetizou.

Para o ex-vereador Edson Lima a Câmara tem demonstrado equilíbrio. “Os vereadores são bem diversificados, alguns preocupados com o social, outros com o administrativo. A Câmara enxugou despesas, passou a ouvir mais a comunidade, teve atitudes que trouxe economia. Só vejo a necessidade de aprender um pouco mais, discutir melhor os investimentos”, pondera.

Lima, que também foi presidente da Câmara, elogiou a atuação do atual presidente, Jadir Pepita. “Uma pessoa simples, do povo, que está sempre presente, não é um presidente de gabinete, diria que bem atuante junto a sociedade”, enfatizou. Lima concorda com um recente discurso do presidente de que daria para o município ter feito uma programação de Natal melhor.

O sociólogo e professor José Eugênio Maciel, que além de vereador foi secretário de Educação do município, também avaliou positivamente os atuais vereadores. “O papel do vereador não pode ser confundido com gestão administrativa. Nesse sentido vejo uma atuação positiva, no geral, porque a Câmara tem que ser local de debates, de reflexões. E eles têm demonstrando interesse público e agido de acordo”, avalia.

Para Maciel, há cuidado com a transparência nas ações. “Tenho acompanhado sobretudo pelos meios de comunicação, as iniciativas, os projetos, requerimentos, inclusive buscado encaminhamento junto aos governos do Estado e Federal. Espero que continuem melhorando em benefício da população”, sintetizou.

As respostas dos outros quatro ex-vereadores (que terão os nomes preservados) para a questão foram as seguintes: 1: “Rapaz, me desculpa, vou me abster”; 2: “Acho melhor não entrar nessa seara”; 3: “Estou com muito trabalho, muita correria e não gostaria de passar nada por mensagem”; 4: “Você me faz cada pergunta!! Falar o que?? Os fios continuam na rua”.