Mais uma freira carmelita faz votos para a vida religiosa em Campo Mourão

No domingo passado o bispo Dom Bruno Versari fez uma celebração especial no convento das freiras carmelitas, que fica na saída para Mamborê. Foi a primeira profissão religiosa da Irmã Liliam Maria do Menino Jesus, uma jovem de 22 anos, que ingressou no Carmelo no dia 26 de abril de 2018. Natural de Lençóis Paulista (SP), ela passou pelo período de noviciado e se comprometeu em viver radicalmente os votos de castidade, pobreza e obediência. Ela integra um grupo de 18 irmãs que vivem enclausuradas no Carmelo em Campo Mourão. 

No mosteiro carmelita os três votos são feitos por três anos e depois renovados até a profissão solene e definitiva. “Consagrei-me para testemunhar que só Deus basta e que ele somente é alegria de minha alma. Mais do que um sinal de que eu o amo, a profissão religiosa é o sinal de que Ele me ama imensamente. Ele realizou meu desejo de ser esposa e Mãe de uma forma mais profunda e abrangente, como mãe das almas por meio da oração e intercessão”, explica a jovem freira. 

Dentro do processo formativo da carmelita, ela terá ainda mais cinco anos para os votos definitivos. “Desejo ardentemente viver essa vocação  fazendo votos de que mais jovens possam responder com generosidade ao chamamento de Cristo”, completa a Irmã Liliam, que antes de ingressar na vida religiosa estudou o curso técnico em Química. “Mas eu desejava ser astrônoma. Para mim a natureza sempre foi um caminho para Deus e a investigação nos estudos da natureza e da ciência em si nunca me foram um impedimento para crer na existência de Deus”, afirma. 

Segundo ela, apesar da família não participar muito dos sacramentos e das atividades da igreja, foi influenciada pelo irmão, que era catequista. “Depois de minha primeira comunhão e crisma, comecei a participar ativamente na paróquia por meio dos movimentos da Pastoral do adolescente, como catequista e formadora do Curso do Consagra-te, tendo também bons exemplos de amigos que me ajudaram a me fortalecer na fé”, acrescenta.

Ela conta que num período de dúvidas pediu para Nossa Senhora um sinal claro sobre sua vocação e de onde vivê-la.  “Conheci então, uma das vocacionadas do Carmelo de Campo Mourão, que estava se preparando para ingressar neste mosteiro e foi assim, que decidi também conhecer esse santo lugar. O que me encantou no Carmelo foi o silêncio que revela uma intimidade muito grande com Jesus e principalmente a simplicidade e a alegria que via no sorriso de cada irmã. Isso cativou o meu coração”, diz a jovem freira.

Clausura

As 18 mulheres que vivem no Carmelo optaram por viverem fechadas, dedicando-se diariamente à oração. As irmãs carmelitas só deixam o local para atividades que não possam ser realizadas por outra pessoa, como votar ou ir ao médico, por exemplo. Elas não visitam ninguém, nem mesmo seus familiares. Apenas recebem visitas, em horários por elas mesmas estabelecidos, mas que por conta da pandemia também foram suspensas. Mesmo quando visitadas, o contato se dá através de grades.  Até a participação nas missas celebradas por padres da diocese na capela do Carmelo, o local reservado às freiras é uma cela. 

As freiras, porém, não ficam totalmente desconectadas do mundo. Elas mantém uma página no Facebook onde interagem com as pessoas, atendem pedidos de oração, postam horários de missas, entre outras informações.