Moradores cobram mais segurança em CM: “polícia prende, mas Justiça solta”, diz manifestante

Um grupo de moradores se uniu em um protesto pacífico na manhã desta sexta-feira (28), em frente à prefeitura de Campo Mourão pedindo mais segurança pública na cidade. A cobrança foi dirigida principalmente ao Judiciário, já que alguns ladrões presos pela Polícia Militar vêm sendo soltos, em alguns casos, até no mesmo dia após a prisão, o que tem revoltado a população. A Polícia Militar e Polícia Civil vêm fazendo um trabalho maravilhoso pela cidade, mas o judiciário me parece que não está apoiando. Na verdade o que está acontecendo é o seguinte: a polícia prende, mas a Justiça solta, enfatizou o empresário Elpídio Romagnoli Neto, um dos organizadores do manifesto.

Neto inclusive foi vítima da ação dos ladrões. Teve sua casa arrombada à noite enquanto dormia com a família e o carro e vários objetos levados pelos criminosos. Como se não bastasse os bandidos ainda tomaram uma cerveja que estava na geladeira e urinaram na parede de um dos banheiros da residência. À família restou o trauma. Não dá mais para continuar com essa situação. A população está com medo e revoltada e não adianta a polícia prender o criminoso porque ele volta ás ruas logo. Vai chegar uma época que a cidade vai virar o Velho Oeste, ou seja, a população vai querer fazer Justiça com a própria mão, alertou.

Para se ter ideia, o empresário citou um bandido conhecido como Buia, preso na noite de quarta-feira desta semana e solto já na quinta-feira, ou seja, apenas um dia após a prisão. O que chama atenção é a sua extensa ficha criminal: 19 passagens por roubo e furto e mesmo assim foi solto pelo Judiciário. Precisamos de providência imediata. Os criminosos estão agindo com ousadia, estão passando de todos os limites, não adianta cerca elétrica, não adianta câmera, nada mais está segurando eles, argumentou.

O empresário Nestor Bisi, que já foi presidente da Acicam participou do movimento e achou o protesto ‘bastante’ válido. No entanto criticou a baixa adesão. Muitas pessoas reclamam da insegurança, mas quando tem estas manifestações não participam, falou. Em relação à onda de furtos e arrombamentos a residências na cidade, Bisi defendeu uma legislação mais severa contra criminosos.

A Polícia Militar e Polícia Civil estão fazendo o seu trabalho que é prender, mas no outro dia o ladrão está solto. Não estou entendendo isso, muitas vezes o bandido deixa a delegacia até antes da vítima que foi fazer a queixa. Nossa legislação tem que ser mudada, não é uma questão só de Campo mourão, mas sim de Brasil. E aquele que for preso tem que fazer ele trabalhar para pagar a sua despesa na cadeia. Chega de mordomias para presos, criticou, ao afirmar que a sociedade está vivendo uma inversão de valores. Quem está preso hoje é o cidadão de bem que não pode mais sair tranquilo de sua casa, justificou.

O prefeito de Campo Mourão, Tauillo Tezelli (Cidadania), acompanhou o movimento e também demonstrou preocupação com a situação na cidade. Ele disse que solicitou uma reunião na próxima semana com o Secretário de Segurança do Estado do Paraná para cobrar mais policiais e mais equipamentos para a polícia. A população está correta de reivindicar e cabe a nós cobrar do governo do Estado os investimentos necessários para que a Polícia Militar e Civil possam fazer um trabalho ainda melhor do que já vem sendo feito, ainda que a Justiça solte estes marginais, disse. Ele solicitou à PM dados oficiais do número de roubos e furtos na cidade nos últimos meses para entregar ao secretário.
O movimento teve o aoio de entidades organziadas da cidade como Associação Comercial e Industrial de Campo Mourão (Acicam), Conselho de Segurança (Conseg), Lyons Clubes, entre outros. Leia a reportagem completa na versão impressa da TRIBUNA deste sábado.

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