O sujo e o mal-lavado: tudo leva ou lava a jato?

O SUJO E O MAL-LAVADO: TUDO LEVA OU LAVA A JATO?

Tal qual uma grande cidade, nosso mundo político e moral está minado por caminhos subterrâneos, porões e esgotos sobre cujas conexões e condições de ocupação

 ninguém  parece refletir ou pensar; mas aqueles que sabem algo sobre isso

 acharão muito mais compreensível se aqui ou ali, agora ou depois,

       a terra se esboroa, a fumaça se ergue de uma fenda

 e se ouvem  estranhas vozes.

Carta de Goethe a Lavater

 

            Esta Coluna publicada em abril, dia 21, intitulada Soltem os ladrões, de galinhas, relata fatos e desdobramentos inerentes ao quadro político-institucional brasileiro. No cipoal de sentenças condenatórias, prisões, solturas, tornozeleiras e cotoveladas, a referência e análise a respeito do Estado brasileiro, extraio um trecho daquela Coluna, o conteúdo, que se torna ainda mais atual, sem deixar de ser velho, é mais denso e irrefutável o teor da conversa gravada pelo empresário Joesley Batista com o presidente Michel Temer (PMDB). O dono do grupo JBS, relatou atos e fatos ao presidente tangentes à corrupção que comprometeram integralmente a ambos. Integridade já questionada judicialmente.

            O governo acabou. Ainda só existe porque Temer anunciou que não irá renunciar, pautado na lógica jurídica do foro privilegiado. O Supremo Tribunal Federal já abriu a investigação contra o presidente. A Corte determinou o afastamento das funções de senador do Aécio Neves (PSDB).

            O esquema engendrado de enriquecimento ilícito bilionário binômios público-privado; político-empresarial é prática arraigada e que vinha e continua viçosa, da corrupção. Transcrevo o trecho:

                Tais Partidos ficaram nesses anos todos protagonizando um processo intenso e sem limites apontando o outro como o pior, e apontando a si mesmo como melhor em todo. Eis que, sem ser novidade alguma, estão no centro da política. Além da disputa presidencial acirrada entre Dilma e Aécio, também ocupam as manchetes com escândalos a transbordar. Um tem razão quando fala do outro. Valeram-se dos mesmos métodos, dinheiro público abastecendo caixa dois e por aí vai. As principais figuras de tais partidos têm contas a prestar. Claro, todos eles negam, declaram-se inocentes e, quase que ao mesmo tempo, apontam o adversário como culpado.

            Acusações e defesas mútuas de petistas e tucanos, acrescidos do PMDB sintetizam sim o quanto as principais lideranças de tais partidos, tanto nos palácio quanto no Congresso Nacional são infelizmente um bando de rasgados a falarem dos remendados. Eles se sujam mais ainda quando tentam se lavar, sobretudo quando jogam a lama que tem ou são apanhados, já a arremessarem mutuamente a colossal sujeira.

            As pretendidas reformas políticas, todas elas e independentemente do conteúdo da aludias reformas e levando em conta a composição do Congresso Nacional, não tem como prosseguirem a qualquer estágio, pois o governo não reúne condições, legitimidade social e política ou no âmbito do Senado e Câmara. São tantos os fatos que extrapolam que não carece enumerá-los e só aumentam, se avolumam, diversificam. 

Fases de Fazer Frases

            Todo o arroto está no roto como a emenda que não se emenda.

Olhos, Vistos do Cotidiano

            Pertinente ao último caso de corrupção do e no governo Temer: Salve-se quem puder. Salve-se o que do Poder: Executivo? Legislativo? Judiciário?

Reminiscências em Preto e Branco (I)

            Não sendo poucos os casos brasileiros da política brasileira que resultaram em presidentes que não concluíram integralmente o mandato, o mais substancial deles foi o de Getúlio Vargas, que cometeu suicídio em 24 de agosto de 1954, envolto em escândalos de corrupção. Também em agosto, mas de 1961, Jânio Quadros renunciou. O vice dele João Goulart assumiu e foi destituído com o golpe-militar de 64.

Reminiscências em Preto e Branco (II)

            1992 foi Collor, Dilma 2016, ambos tiveram que deixar o cargo de presidente.