Vereador pede a prefeito que município acolha ucranianos refugiados da guerra

A Câmara de Vereadores de Araruna aprovou requerimento sugerindo ao prefeito da cidade, Leandro César de Oliveira (Cidadania), para que seja estudado a possibilidade de proceder o acolhimento de refugiados ucranianos que chegarem ao Brasil. A proposição é de autoria do vereador Renê Duarte (Cidadania), presidente do Legislativo.

O documento pede ao gestor para que faça contato com a embaixada da Ucrânia no Brasil, e coloque o município a disposição para o recebimento dos refugiados da guerra – Rússia e Ucrânia estão em confronto desde o mês passado.

“Todos sabemos da terrível situação que está passando o povo Ucraniano. Onde aqueles que conseguem fugir pelos corredores humanitários, para salvarem a vida de seus familiares, estão se deslocando para vários países vizinhos da Europa. O momento é de solidariedade ao povo ucraniano, principalmente pelo fato de Araruna e também a região de Campo Mourão, ter vários descendentes de imigrantes ucranianos, que aqui chegaram e ajudaram a desenvolver nossa cidade e região”, justificou o parlamentar.

O vereador destaca que o município deve colocar sua estrutura à disposição e prestar todo apoio necessário ao povo ucraniano. “Seria um gesto de solidariedade. Devemos auxiliar em todas as ações humanitárias que a embaixada da Ucrânia no Brasil entender possível”, ressaltou. Atualmente o Paraná é o Estado com maior número de descendentes de ucranianos. No Brasil, são cerca de 600 mil ucranianos vivendo no País, o que representa a quarta maior comunidade do mundo. Aproximadamente 80% desta população vive no Paraná. “Estes números por si só justificam a presente proposição”, sustentou Duarte.

Refugiados

O Paraná recebeu na sexta-feira (18) um grupo de 29 ucranianos refugiados da guerra. O grupo, formado em sua maioria por crianças e mulheres, ficou dois dias na Capital, alojados na Primeira Igreja Batista (PIB) de Curitiba. Em seguida foram encaminhados a Guarapuava onde estão sob cuidados de diferentes denominações evangélicas até que casas sejam construídas em Prudentópolis, cidade com a maior comunidade ucraniana do País. Uma nova delegação de refugiados, com 50 pessoas, chegará ao Estado nesta semana.

“O Paraná tem o maior número de descendentes ucranianos do Brasil, então nos sentimos felizes em poder ajudar as pessoas neste momento tão duro. Temos, por exemplo, escolas em Prudentópolis em que a alfabetização é na língua natural deles, o que já facilita muito. Vamos fazer o que for possível para poder ajudá-los”, afirmou o Governador do Paraná, Ratinho Junior. Ele disse que o Estado recebe de braços abertos essas famílias.

Responsável pela primeira acolhida do grupo, o pastor da PIB Paschoal Piragine Júnior explicou que a ajuda humanitária envolve mais de 2 mil igrejas no mundo. Esse grupo, inclusive, já conta com orçamento próprio para a construção das casas em Prudentópolis – Governo do Estado e prefeitura municipal estão se organizando para viabilizar a doação do terreno.

“Esse grupo vai ficar aqui no mínimo um ano, se não migrarem definitivamente. Essas crianças precisam de saúde, de educação, de cuidados que nós não temos capacidade para fazer, como tomar vacinas. Por isso precisamos do apoio do governo estadual”, destacou.

“Essas 29 pessoas escolheram vir para o Brasil e vão escolher se querem ficar aqui ou não depois que a guerra acabar. Precisamos estar prontos para ajudá-los”, completou o pastor Elias Dantas, que acompanhou o grupo desde a fronteira da Ucrânia com a Polônia, uma viagem de sete dias, por questões burocráticas, até o desembarque na igreja curitibana.